A escassez de mão de obra no campo está refletindo, fortemente, na elevação dos custos da produção agrícola. Levantamento feito pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro) mostra que, entre janeiro de 2009 e janeiro de 2011, os gastos para a produção de alimentos e florestas registraram elevação média de 22%. O percentual foi bem maior que a inflação acumulada no período, de 11%.
Os fatores que mais pesaram nos custos das atividades, segundo o levantamento do Cedagro, foram os serviços representados pela mão de obra e pelas operações mecanizadas, que apresentaram aumento médio de 30%, nos dois últimos anos. De acordo com o estudo, a mão de obra rural teve aumento com base no salário mínimo, que foi da ordem de 22,89%.
Neste ano, por exemplo, muitos cafeicultores tiveram dificuldade na contratação de mão de obra temporária para a colheita do café, e a tendência é de que a dificuldade se acentue nos próximos anos. A maior parte dessas pessoas vinha de Estados vizinhos, como Bahia e Minas Gerais.
Isso está acontecendo porque muitas pessoas que trabalhavam no campo, atraídas pelo dinamismo da economia local, estão sendo atraídas para outras atividades como construção civil, rochas ornamentais e outros segmentos industriais que oferecem melhor remuneração.
O café, principal atividade agrícola do Estado teve aumento médio de 21% nos custos de produção. Já no preço de mercado, o aumento foi de 19% para o conilon e de 38% para o arábica tipo 7.
Segundo o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, a saída para reduzir o impacto da falta de mão de obra na zona rural é acelerar o ingresso de novas tecnologias no campo, para que os agricultores possam produzir mais, reduzindo os custos unitários por produção.
Outra alternativa é aumentar a mecanização da colheita do conilon. A prática já é comum nas lavouras de arábicas, em que predomina a agricultura de base familiar. O plantio de variedades precoces, médias e tardias, contribui para desconcentrar a colheita e é outra alternativa.
Estudo reúne 40 atividades
O estudo do Cedagro foi atualizado e reúne dados de 40 atividades do campo para auxiliar o agronegócio capixaba. Informações detalhadas podem ser acessadas no site www.cedagro.org.br.
A Gazeta
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