Ministro da Agricultura se irrita com as críticas

por admin_ideale

 


À tarde, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, demonstrou irritação com as críticas feitas por ambientalistas, que vêem no plano de zoneamento da canadeaçúcar uma ameaça à sobrevivência das espécies do Pantanal. Stephanes admitiu ao GLOBO que o governo vai mesmo liberar o plantio de novos canaviais nas terras elevadas da Bacia do Alto Paraguai, mas contestou a expressão Planalto Pantaneiro, usada na região e nos estudos científicos sobre o ecossistema local.


– Ninguém chama aquilo de Planalto do Pantanal. O que existe é a Bacia do Alto Paraguai – afirmou.


Stephanes diz que há novas usinas de álcool em estudo Mapas oficiais mostram que a bacia ocupa áreas dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e inclui tanto a planície alagada quanto o Planalto Pantaneiro. Stephanes confirmou que a instalação de novas usinas de álcool na região também está em estudo.


Mas descartou a possibilidade de que o vinhoto, um líquido tóxico liberado na fabricação do álcool, contamine os rios que correm no planalto e desça para as áreas alagadas do Pantanal.


– Vai ser feito o que for ambientalmente correto. Hoje, a questão do vinhoto não é mais problema – afirmou.


À noite, após ser informado das declarações de Stephanes, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, mudou de tom. Ele voltou a incorporar o discurso ambientalista e afirmou que não vai liberar a plantação de qualquer pé de cana na região, seja na planície alagada, no Planalto Pantaneiro ou na Bacia do Alto Paraguai. Desde sexta-feira, ele vinha dizendo que o plantio da cana seria permitido nas terras do planalto que hoje já são ocupadas por pastagens ou outras lavouras, como soja, milho e algodão.


– Não vai ter usina e não vai ter canavial. Nem na planície, nem no planalto. Não vai ter nada. Zero – afirmou Minc, por telefone.


Minc diz que acionará o Ibama, se for necessário Minc disse que fará valer uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que impede a instalação de qualquer usina de álcool na Bacia do Alto Paraguai.


Ele chegou a afirmar que acionará o Ibama, se for necessário, para impedir a instalação de novas fábricas na região.


– Independentemente de qualquer plano, qualquer implementação de usina será embargada imediatamente pelo Ibama. Isso inclui a parte de baixo e a parte de cima – afirmou, referindo-se à planície e ao planalto do Pantanal, um dos ecossistemas mais importantes do país.


Apesar da divergência de versões, Minc negou que tenha havido qualquer desentendimento entre ele e Stephanes durante a reunião a portas fechadas na Casa Civil, que se estendeu por duas horas e meia.


O ministro do Meio Ambiente afirmou que a discussão ainda está em aberto e que o novo mapa da cana no país será decidido pelo presidente Lula.


Ainda segundo Minc, o plano do governo federal é ampliar a área de plantio de cana para a fabricação de álcool dos atuais 7 milhões de hectares para 13 milhões de hectares.


O Globo

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