O ministro do Planejamento Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, considerou possível o Brasil trabalhar para dobrar sua produção de alimentos num horizonte de oito a 10 anos. Ele fez essas afirmações levando em consideração a alta dos preços dos produtos alimentícios no mercado internacional e argumentando que a demanda cresceu e continuará a expandir-se principalmente em países como Índia, China e Brasil. “Para um país produtor rural essa é, evidentemente, uma grande oportunidade”, comentou.
Sobre a volatilidade nos preços, o ministro Bernardo questionou se é razoável supor que haverá baixa. “Não devemos ter medo e devemos adotar mecanismos para proteção em períodos de sazonalidade”, disse, citando o aumento de armazenamento de produtos, garantia de preços e aumento da tecnologia para tornar a produtividade mais elevada.
O preço dos alimentos continua pressionando a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta pelo IBGE, desacelerou para 0,74% em junho, sendo que o grupo de alimentos contribuiu com 0,47 ponto porcentual, ou 63% da inflação apurada no mês. Os produtos alimentícios registraram alta de 2,11% no IPCA em junho, ante 1,95% em maio. Os alimentícios já acumulam alta de 8,64% no primeiro semestre e de 15,79% em 12 meses.
O ministro fez estas afirmações a jornalistas após participar da Conferência O Impacto do Brasil na Economia Global, promovida pela Sociedade Americana (Americas Society) e o Conselho das Américas (Council of the Americas) em conjunto com o Movimento Brasil Competitivo.
Estadão

