PAC do Cacau viabilizirá expansão de novas tecnologia

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O secretário de Agricultura da Bahia, Geraldo Simões, e o diretor da área de crédito do Ministério da Agricultura, Gerardo Fonteles, acompanharam ontem, 28, o grupo de técnicos, pesquisadores e economistas da Embrapa, Ceplac e Unicamp, que estão conhecendo áreas no sul do Estado, onde são realizadas experiências bem sucedidas no cultivo de cacau de alta produtividade e projetos de diversificação agroindustrial.



A missão tem como objetivo traçar um diagnóstico que vai definir as metas e os investimentos do Plano de Aceleração do Desenvolvimento do Agronegócio na Região Cacaueira do Bahia, o PAC do Cacau. “Essa visita é importante para conhecer as tecnologias disponíveis e definir as que serão utilizadas”, afirmou Fonteles.


 


Segundo ele, a partir dessa avaliação serão estipulados os programas de extensão para multiplicar os bem sucedidos e avaliada a capacidade de endividamento dos produtores, através do equacionamento das dívidas e a liberação de novos créditos.



Ontem foram visitadas as fazendas Paineiras, em Ibirapitanga; e Petrolina, em Gandu, pertencentes ao grupo M. Libânio, que administra um total de onze propriedades, com cerca de 700 hectares de cacau. Com a utilização de cacau clonado, a produção saltou de 16 mil arrobas, em 2004, para 30 mil arrobas em 2007. “Além da alta produtividade, trabalhamos com clones resistentes à doenças como a vassoura-de-bruxa desenvolvidos em parceria com a Ceplac”, afirma o diretor da empresa, Eimar Sampaio Rosa.


 


Segundo ele, alguns clones atingem uma produtividade de 135 arrobas por hectare, contra uma média de 25 arrobas por hectare na região Sul da Bahia. “Estamos investindo na produção de cacau fino, que pode chegar a 8 mil dólares a tonelada, afirma Eimar Sampaio.


 


O grupo M. Libânio também cultiva 42 hectares de seringueira, consorciados com o cacau e desenvolve um projeto de produção de tilápias tailandesas em cativeiro, através de parcerias com agricultores familiares. Cada família associada pode produzir 5 toneladas de peixe por gaiola/ano, ampliando a renda nas pequenas propriedades rurais.


 


NOVAS TECNOLOGIAS


 


Também foi visitada a Fazenda Independência, em Nilo Peçanha, onde o produtor rural Edvaldo Sampaio conseguiu aumentar a produtividade do cacaueiro e reduzir consideravelmente a incidência da vassoura-de-bruxa, a partir de novas técnicas de manejo, num processo conhecido como sincronização. “Ao antecipar o período de poda e adubação, praticamente eliminamos a doença nos cacaueiros numa técnica que fazemos questão de ensinar para outros produtores”, afirma Edvaldo, que em quatro anos ampliou a produção de cacau de 9 mil para 15.500 arrobas este ano, utilizando clones em toda a propriedade de 300 hectares.


 


Além das amêndoas, Edvaldo Sampaio produz polpa e doces a partir do cacau, além de chocolate artesanal. “A saída para a região passa pela diversificação. Para isso necessitamos de apoio tecnológico e de recursos para investir no cacau e outros cultivos”, afirma o produtor.


 


VIABILIDADE DO CACAU


 


O secretário de Agricultura Geraldo Simões destacou que através do PAC do Cacau serão implantados em todo o Sul da Bahia esses modelos bem sucedidos, que demonstram a viabilidade econômica do cacau, quando associado a outros produtos, como seringueira, dendê, pupunha e frutas. Simões ressaltou que “a partir do diagnóstico elaborado pelos técnicos, será possível definir o modelo ideal para cada tipo de produtor, beneficiando também as médias e pequenas fazendas, que representam 90% das áreas rurais”.


 


“Como existe compromisso do presidente Lula e do governador Jacques Wagner acreditamos que com essa visita técnica, damos um passo decisivo para o lançamento do PAC do Cacau, que terá investimentos de mais de 2 bilhões de reais”, disse.


Nesta quinta-feira, 29, a missão visitará indústrias processadoras de cacau, em Ilhéus, e o Instituto Biofábrica de Cacau, em Uruçuca, que produz em larga escala clones de cacaueiros, fruteiras e essências florestais que são distribuídas aos produtores regionais.
 



Assessoria de Comunicação da Ceplac


 

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