Estudo mostra que Espírito Santo tem alto potencial de regeneração natural

por admin_ideale

O Cedagro (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio) concluiu um estudo estratégico que quantificou o potencial de regeneração de florestas nativas nas diferentes regiões ou zonas naturais do Estado do Espírito Santo. Realizado em conjunto com a Secretaria de Estado de Agricultura, o estudo teve como objetivo fornecer informações para contribuir no processo de aumento da cobertura florestal nativa, de forma simples, eficiente ecologicamente e com baixo custo, tendo assim uma maior aceitação pelos produtores rurais e outros componentes do setor florestal capixaba, o que facilitará o cumprimento da legislação pertinente.

Foi feito a comparação nas fotos áreas de 1975 e 2008 e verificado a existência de fragmentos regenerados, conforme figura abaixo. Essas áreas foram visitadas em campo e checadas o estágio sucessional de regeneração, distância entre fragmentos regenerados e matriz e levantado outros parâmetros importantes como: velocidade de regeneração, histórico de uso da área regenerada, estudo florístico identificando e quantificando as principais espécies florestais encontradas, entre outros.

Figura 1 – Fotografias aéreas do ano de 1975 e 2007/2008 demonstrando um fragmento florestal regenerado no município de Guarapari – ES.

 

Chegou-se a conclusão que 60,88% da área estadual, o que equivale a 2.804.431 hectares, apresentam um alto potencial de regeneração natural de florestas nativas, não sendo necessário, na maior parte dessas áreas, o plantio de mudas para a restauração florestal.

No entanto, existe uma grande diferenciação de potencial entre as diferentes regiões/zonas naturais do Estado em função principalmente da variação da cobertura florestal nativa, do solo e do clima. O Estado foi dividido em 12 zonas naturais (Figura 2), sendo que as zonas Central Serrana (06), Transição Metropolitana/Central Serrana (07) e Extremo Sul Acidentado (11) foram as que apresentaram maior potencial de regeneração natural (mais de 90% de potencial), enquanto as zonas Extremo Norte (01), Tabuleiro Sul/Extremo Sul Baixo (09) e Litoral Norte (04) apresentaram menos de 35% de potencial de regeneração natural.

Figura 2 – Mapa de classificação do potencial de regeneração natural do Espírito Santo

 

Verificou-se também que num período de 33 anos (entre 1975 e 2008), 18.979 fragmentos florestais se regeneraram naturalmente no Espírito Santo, ocupando uma área de 106.554,87 hectares, equivalente a 2,31% da área estadual. Isso significa que em média cerca de 3.229 ha de florestas nativas foram regenerados anualmente. A tendência é que, nos últimos anos, essa área anual regenerada seja bem maior que no passado, em função da existência de legislação, que a partir de 1993 proibiu o corte de mata atlântica, do maior rigor da fiscalização e dos processos educativos ambientais.

As florestas regeneradas alcançaram o estágio médio de regeneração em tempos diferentes, variando de 12 anos até 34 anos (Figura 3 e 4), onde as que apresentaram maiores velocidades foram nas zonas Central Serrana, Transição Metropolitana/Central Serrana, e Extremo Sul Acidentado e as de menores velocidades foram nas zonas Extremo Norte e Sul Baixo.

Figura 3 – Fragmento florestal em estágio médio e com 12 anos de regeneração localizado no município de Guaçuí-ES (parte inferior da foto), a 250m abaixo da floresta matriz (parte superior da foto)

 

Figura 4 – Vila Pavão, ES: fragmento florestal em estágio médio de regeneração, com 34 anos de regeneração e ocupada anteriormente durante 20 anos por culturas agrícolas, a 200 metros da floresta fornecedora de propágulos

 

O estudo avaliou também a área de fragmentos florestais fornecedores de propágulos (floresta matriz) para a regeneração natural, que ocuparam uma área de 628.083,12 hectares, o que corresponde a 13,64% da área total do Espírito Santo.

Recomendam-se como estratégia geral de restauração florestal na maior parte das áreas zoneadas, ressalvadas as particularidades locais: a) Zonas com alto e transição médio/alto potencial de regeneração natural – o simples isolamento das áreas dos fatores de degradação, caso houver; b) Zonas com médio potencial de regeneração natural – isolamento dos fatores de degradação e a adoção de técnicas de nucleação (transposição de serapilheira/solo, semeadura direta, etc.); c) Zonas com baixo potencial de regeneração natural – adoção de técnicas de nucleação (transposição de serapilheira/solo, semeadura direta, etc.) em conjunto com o plantio de mudas seguindo modelos ecológicos de baixo custo.

 

 

 

 

Cedagro

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