Produtores das regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo e do Sul da Bahia e pesquisadores agrícolas estiveram reunidos, nesta quarta-feira (03), em Pinheiros, para o primeiro teste com a máquina colheitadeira de café conilon no Estado. A demanda surgiu em razão da falta de mão de obra nestas duas regiões do Estado durante o período de colheita de café, produto mais importante na economia agrícola capixaba.
O teste só foi possível devido à da parceria entre Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), Universidade Federal de Lavras (MG) e a empresa Jacto S/A, fabricante da máquina.
Para esse primeiro teste foi utilizada uma colheitadeira destinada ao café arábica, já que essa variedade permite a colheita mecanizada por sistema de vibração, por ter grãos mais soltos e separados. O pagamento de aluguel e transporte da máquina, cerca de R$ 27 mil, foi custeado pelo Sicoob e pela Cooabriel, já a experiência foi coordenada pelo engenheiro mecânico Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras (MG).
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, esse teste foi primordial para exterminar o gargalo que é a mão de obra para a colheita do café e para acertos da máquina. “Os produtores enfrentam dificuldades para contratação de mão de obra durante a colheita do conilon, o que acarreta prejuízo na qualidade do produto e na lucratividade da atividade. Por ser um trabalho sazonal, durante a colheita é preciso contratar os temporários para realizá-la. Essa é uma questão que está sendo levada em conta para a realização do teste. Já os técnicos e pesquisadores puderam observar o desempenho da colheitadeira, que é fabricada para as plantas do arábica, e a adequarem para a planta do café conilon, por serem de estruturas diferentes”, afirmou Bergoli.
“A cafeicultura do Espírito Santo precisa de uma ferramenta capaz de ajudar nas futuras colheitas, que irão conviver com a mão de obra escassa. Temos que dar à produção de café capixaba um novo rumo para que não haja atrasos e atenda ao exigente mercado que existe atualmente”, ressaltou o presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo.
Para Bento Ventorim, diretor presidente do Sicoob, o apoio para o aluguel da máquina vem de encontro às necessidades do produtor. “Tanto os pequenos quanto os grandes produtores saem ganhando com a viabilização da colheita mecanizada do café conilon, pois vai trazer um maior aproveitamento dos grãos e com isso o lucro é certo”, disse.
Segundo estudos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), cerca de 75% da produção de café no Brasil ocorre em propriedades de até 10 hectares, onde os gastos com a colheita manual giram em torno de 30% do custo total de produção. “Com a adoção da mecanização na colheita, calcula-se que haveria uma redução desse gasto em 50 por cento, o que levaria a participação da colheita no custo total de produção a 15 por cento”, destacou o coordenador do programa de cafeicultura do Incaper, Romário Ferrão.
“Vai ser uma coisa muito boa para nós. Tenho 70 anos e já não tenho tanto vigor para a colheita, além disso, vamos terminar o serviço mais rápido”, comemorou o produtor José Gentil da Silva.
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