BRF diz que não há razão para produtores se preocuparem com fusão entre Sadia e Perdigão

por admin_ideale

 


O vice-presidente de assuntos corporativos da BRF Brasil Foods, Wilson Mello, disse, após o término da sessão de julgamento da fusão Sadia-Perdigão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), na qual a operação foi aprovada com assinatura de um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD), que os produtores integrados de ambas as companhias não precisam ficar preocupados.


– A base da BRF de integrados que serão vendidos para um único concorrente terá seus contratos respeitados e cumpridos com a garantia de que não serão dispensados. Até porque a produção rural é a alma do nosso e do novo negócio – afirmou.


O executivo disse que o próximo passo da empresa após assinatura do TCD é analisar as obrigações a serem cumpridas, como a venda de fábricas, centros de distribuição, matérias-primas e cessão de contratos.


– Agora vamos, com muita calma, no diálogo com todos os interessados, analisar o que será feito. Mas, de novo, nenhum contrato será desrespeitado, nenhum produtor rural terá qualquer tipo de prejuízo com a operação – disse o executivo.


Marcas


A venda de ativos e marcas de combate da BRF Brasil Foods deverá ser feita a um só comprador, segundo o conselheiro do Cade, Ricardo Ruiz, que ficou à frente das negociações da empresa.


– A alienação deve ser feita pelo conjunto da obra – explicou Ruiz.


Segundo ele, há espaço até para se negociar um “pedaço aqui, outro acolá”, mas a intenção é que a alienação seja feita em conjunto.


O objetivo é permitir que exista uma empresa com escopo para fazer frente à marca Sadia.


– Queremos o movimento de construção de um novo player – disse o conselheiro.


Como a referência de produção de 730 mil toneladas por ano, que fará parte do negócio, está dividida em vários mercados, permite, conforme Ruiz, que a empresa atue em todos os segmentos desse mercado.


O prazo acordado para que a BRF Brasil Foods venda seus ativos está sob sigilo. Além disso, de acordo com Ruiz, será dividido em três etapas. Na primeira, a BRF negocia diretamente com alguma empresa interessada em seus ativos. Num segundo momento, poderá ocorrer um leilão com estabelecimento de preço mínimo e, num terceiro, caso a operação ainda não tenha sido concretizada, a venda será por meio de leilão sem a determinação de um preço mínimo.


– Estipulamos o formato, mas não faremos intervenção na negociação – disse o conselheiro.


Ele salientou que a empresa que se dispuser a comprar o que foi determinado pelo acordo com o Cade tem de ser reconhecidamente uma companhia capaz de controlar os ativos.


– O player tem que ser de porte e isso já resolverá, em parte o problema (da concorrência), mas é possível que outros acabem entrando nesse mercado – previu.


O conselheiro evitou dizer quais poderiam ser as companhias interessadas em entrar nesse mercado. Algumas, no entanto, foram citadas por jornalistas, como Marfrig, Seara e JBS. Ele salientou que a própria empresa que comprar os ativos citados no acordo poderá escolher uma das marcas menores da BRF, como a Rezende, por exemplo, e torná-la uma empresa competidora de mesmo porte da Sadia.


– A Rezende pode se tornar uma marca para rivalizar, pois não tem share, mas tem escopo – avaliou.


A observação feita pelo conselheiro é de que a interessada não deverá ter “dominância exaltada” no mercado. Para se ter uma ideia, o Cade avalia negócios entre empresas de setores que possuem concentração de mercado acima de 20%. Qualquer ato de concentração feita como consequência do acordo deve passar pelo crivo do órgão antitruste novamente.


As marcas de combate da BRF (as que têm menor fatia de mercado e são usadas para evitar a entrada de concorrentes) são: Rezende, Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Escolha Saudável, Light Elegant, Fiesta, Freski, Confiança e mais duas de margarina (Doriana e Delicata).


 


Agência Estado


 


 


 


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