A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aponta a queda de produção de açúcar no Brasil como responsável pela nova alta no preço internacional de alimentos e que tem obrigado bancos centrais de vários países a aumentar os juros. Dados divulgados nessa quinta, dia 7, pela entidade alertam que os preços médios de alimentos em junho estão 39% acima dos valores de junho de 2010.
O valor ainda não atingiu a marca recorde registrada em fevereiro deste ano. Mas, segundo a FAO, uma forte alta dos preços de açúcar por conta da produção brasileira abaixa do previsto é um dos principais motivos da expansão. O índice de preços da FAO chegou em junho a 234 pontos, 1% acima de maio. O recorde havia sido atingido em fevereiro com 238 pontos.
De acordo com a FAO, o índice de preço do açúcar aumentou em 14% entre maio e junho, atingindo 359 pontos. O valor é 15% inferior ao recorde de janeiro.
– A produção no Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, está previsto para cair abaixo dos níveis do ano passado – disse a FAO em seu boletim mensal de preços.
Segundo a consultoria Datagro, a queda na produção brasileira será de 3,3% neste ano, em comparação a 2010. Já a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), entidade que reúne os produtores, indica que a moagem de cana-de-açúcar atingiu 34,5 milhões de toneladas nos primeiros quinze dias de junho, uma queda de 13,01% ante o mesmo período da safra passada. No acumulado desde o início da safra, a moagem totalizou 134,5 milhões de toneladas, uma redução de 22,6% ante a safra anterior.
A situação no Brasil está contribuindo, segundo a FAO, para a manutenção dos preços altos e que tem tirado o sono dos organismos internacionais. “Níveis perigosos” nos preços de alimentos já fizeram com que 44 milhões de pessoas caíssem abaixo da linha da pobreza nos últimos 12 meses, segundo o Banco Mundial.
Se o índice de preço da FAO subir outros 10%, mais 10 milhões podem entrar nessa situação. Para o diretor eleito da FAO, o brasileiro José Graziano, os preços de alimentos prometem se manter em níveis elevados por “muito tempo”.
Agência Estado
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