O clima favorável e a menor incidência da doença da vassoura de bruxa devem elevar a produtividade da safra temporã na Bahia, Estado que detém 70% da produção nacional da amêndoa. O período da safra, que vai de maio a setembro, é quando há o maior volume de colheita. A expectativa da TH Consultoria e Estudos de Mercado é a de que sejam produzidas 1,3 mil sacas (de 60 quilos) ante as 1,050 mil sacas do mesmo período do ano passado.
“Choveu e deixou de chover nos momentos certos, e a doença não prosperou”, diz Thomas Hartmann, diretor da consultoria. O contrário ocorreu no Pará, segundo maior Estado cacaueiro do país com 20% da produção nacional. Houve em 2009, explica Hartmann, uma longa estiagem no Pará, e a produtividade deve cair a níveis ainda não estimados, segundo o especialista. “Deve, portanto, haver uma interrupção temporária no aumento constante da participação do cacau paraense, em detrimento da perda de fatia da Bahia na produção nacional”, diz.
Assim, afirma, o ano promete ser atrativo para os produtores da Bahia, não só pela produção maior, mas pelos preços, em alta pelo segundo ano consecutivo. “A remuneração maior contribuiu para o maior uso de tecnologia, o que também influenciou a boa produtividade na Bahia”.
A produção maior no Estado nordestino contribuiu para elevar o processamento na indústria no mês de maio no Brasil. Foram 19,57 mil toneladas, ante as 17,05 mil de maio de 2009, de acordo com dados da TH Consultoria.
As exportações do derivados do cacau (grão, manteiga e pó) arrefeceram. Segundo levantamento da consultoria, foram embarcadas 5,13 mil toneladas, ante as 5,22 mil toneladas de maio de 2009.
Valor Econômico

