Avanço do cereja descascado impulsiona vendas de despolpadores

por admin_ideale

 


Nos últimos vinte anos, o Brasil presenciou uma melhora expressiva da qualidade de seus cafés. Este processo de transformação da qualidade, gradativo e ainda em curso, foi em grande parte impulsionado pela disseminação, nos anos 90, do sistema de processamento cereja descascado, também chamado semi-lavado (ou pulped natural) em alguns países. Tal método, que consiste na retirada mecânica da polpa do café e subseqüente secagem do pergaminho com toda ou parte da mucilagem a ele aderida, permite a eliminação das cerejas verdes que conferem adstringência à bebida, viabilizando a produção de grãos que geram uma bebida balanceada, com as características positivas do café natural – corpo e doçura – porém isenta de verdes. O método cereja descascado permite ao produtor manter a consistência de qualidade de sua produção safra após safra, mesmo sob condições climáticas adversas e, assim, oferecer um produto com características constantes.


A Pinhalense colaborou significativamente para a expansão do método cereja descascado no Brasil. A empresa foi pioneira no projeto de máquinas de processamento específicas para a produção de CD. De acordo com Adélcio Piagentini, diretor técnico da Pinhalense, “a Pinhalense apoiou a criação do sistema cereja descascado, no final da década de 80, e desenvolveu a tecnologia e as máquinas que permitiram sua implantação e expansão a partir dos anos 90.” O CD vem se posicionando, tanto no mercado interno quanto no externo, como um produto de qualidade superior, sendo cada vez mais aceito por compradores de mercados maduros, como Europa, Estados Unidos e Japão. Atualmente podem ser produzidas, no Brasil, cerca de 5 milhões de sacas de café cereja descascado por ano. Recentemente, o cereja descascado brasileiro passou a ser ainda mais procurado pelos compradores internacionais para a composição de seus blends, em substituição aos Arábicas suaves, que devido às quebras de safra da Colômbia e de alguns países da América Central, estão escassos no mercado. Tal fato desencadeou a valorização do CD brasileiro, que vem sendo consistentemente cotado com prêmio sobre a Bolsa de NY, desde o final de 2009. Como o volume de cereja descascado brasileiro no mercado tem crescido e é bem aceito pelos torrefadores, a Bolsa de NY (ICE Futures) está realizando consulta para avaliar a possibilidade de incluir os Arábicas brasileiros (semi-lavados e lavados) em sua lista de origens para entrega no contrato “C”. Nos últimos 6 meses, as vendas da Pinhalense foram quase 70% maiores que em igual período de anos anteriores.


Neste início de 2010, a Pinhalense registrou o melhor trimestre de sua história, com produção recorde de máquinas para o processamento de café, principalmente secadores e equipamentos via-úmida, próprios para a produção de cereja descascado.


 


Revista Cafeicultura

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