ARTIGO – Santa Teresa e modelos de desenvolvimento

por admin_ideale

 


Desde meados da década de 80 que o Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Teresa, na região serrana do Estado, vinha sofrendo um decréscimo.  De R$ 156 milhões em 1985 caiu a R$ 66 milhões em 2002. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que converteu os valores para reais. Essa queda refletia a crise econômica nacional no contexto instável da redemocratização e de forte alta inflacionária. A partir de 1997 o PIB teresense sofreu ainda mais com o desmembramento e instalação do município de São Roque do Canaã.


A trajetória de queda do PIB teresense somente foi revertida a partir de 2002, não exatamente em função de uma reação da economia, mas sim por uma mudança de metodologia oficial na apuração do PIB pelo IBGE já em 2007.


De fato, sem maiores empreendimentos – como médias e grandes empresas geradoras de empregos, tributos e de aquecimento da economia – caberá ao município a busca de alternativas para alcançar taxas de crescimento real.


Turismo e recursos ambientais


Tanto pela circunstancia topográfica, que geraria um custo excessivo de logística no caso da implantação de um parque empresarial/industrial, mas muito mais pela visível opção por um projeto de desenvolvimento diferenciado, sem chaminés nem explosão populacional, Santa Teresa gradativamente vai discernindo seus rumos.


O turismo, inclusive o casado com o agronegócio, é uma das alternativas mais viáveis e em todas as direções é possível perceber iniciativas privadas e públicas.


Agora, uma frente potencial para Santa Teresa – com sua grande cobertura vegetal e farta produção de água – está ainda em fase de tateamento: a chamada economia verde, ligada à preservação ambiental. Felizmente muito já vem se falando sobre crédito de carbono, pagamentos por serviços ambientais, compensações, Icms ecológico. E a tendência é o aprofundamento e a aplicação prática dessas políticas.


Interessante seria se na instalação de uma empresa ou industria na Grande Vitória houvesse compensações decorrentes do licenciamento ambiental para os municípios localizados nas cabeceiras das bacia hidrográficas. Por exemplo, uma empresa que se instalar no parque industrial da Serra teria também como condicionante ambiental investimentos compensatórios em Santa Teresa.


É de imaginar que daqui da terra de Ruschi surjam idéias e iniciativas para um novo modelo de economia, onde o centro não seja mais a velha noção de progresso, mas sim a de viabilidade. Ou, de uso mais corrente: a sustentabilidade.


 


Fabrício Ribeiro


 jornalista

Você também pode gostar

O Portal Campo Vivo é um veículo de mídia especializada no agro, da Campo Vivo – Inteligência em Agronegócios, empresa ligada diretamente ao setor dos agronegócios, interessada na valorização das cadeias produtivas da agropecuária capixaba e nacional.

Siga nossas redes sociais

Desenvolvido por ideale.dev

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Vamos supor que você está de acordo, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar