Pesquisadores da Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros estudarão a viabilidade do uso da água residuária, resultante do tratamento de efluentes de um frigorífico e do próprio esgoto doméstico, como fertilizante no cultivo da banana prata anã. O projeto será desenvolvido no âmbito do curso de Agronomia, e também do mestrado em Produção Vegetal no Semiárido, ambos oferecidos pela Unimontes no campus de Janaúba. Também participarão professores e acadêmicos da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O estudo – “Fertirrigação da Bananeira Prata Anã com Mistura de Água Residuária de Frigorífico e Esgoto Doméstico” – foi contemplado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Etene/Fundeci), do Banco do Nordeste (BNB), com recursos da ordem de R$ 49.974,50. Será observada a linha de pesquisa proposta no edital, compreendendo a área de “difusão de tecnologias de prevenção e controle da desertificação”.
Na avaliação da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Sílvia Nietsche, projeto dessa natureza evidencia a diversidade de áreas de atuação da Unimontes no campo científico. “O apoio do Banco do Nordeste para desenvolver pesquisas demonstra a confiabilidade que a Universidade tem perante uma das mais importantes agências de desenvolvimento regional”, frisou.
A equipe do projeto é composta pelos professores Silvânio Rodrigues dos Santos (coordenador), Victor Martins Maia (coordenador-adjunto), Edson Hydu Mizobutsi, Fábio de Souza Faria, Rodinei Facco Pegoraro, Marcos Koidi Kondo, da Unimontes; além de Antônio Alves Soares, da UFV. Estarão envolvidos, também, quatro acadêmicos – Unimontes (1) e UFV (3) e os trabalhos serão desenvolvidos ao longo de dois anos.
“A proposta é de grande relevância e proporcionará a Janaúba e região os avanços necessários para que tenhamos uma agricultura socialmente justa e ambientalmente correta”, assinala a professora Sílvia Nietsche. Ela destaca, ainda, que outras investigações científicas realizadas no Campus de Janaúba nas áreas de meio ambiente, produção animal, produção vegetal e fitossanidade, também são apoiadas pelo Banco do Nordeste “desde o início da década”.
A pesquisa visa estabelecer as doses adequadas de efluentes para a máxima produção da bananeira e com o mínimo de impacto ambiental, além de identificar a máxima dose econômica de efluente, baseada no custo de produção da cultura.
Ainda de acordo com os pesquisadores da Unimontes “o trabalho pretende, também, avaliar o nível de contaminação por patógenos prejudiciais à saúde humana nos frutos da cultura da banana, estabelecer critérios de aplicação de efluente na bananeira prata anã, avaliar o deslocamento dos contaminantes químicos nitrato e sódio no solo após aplicação da água residuária tratada e caracterizar o efeito das diferentes doses de efluente em alguns atributos físicos e químicos do solo”.
Segundo o coordenador-adjunto, professor Victor Martins, “atualmente, o efluente oriundo da estação de tratamento de esgoto (ETE) de Janaúba é lançado diretamente no rio Gorutuba, localizado à jusante da cidade. Devido à baixa vazão do rio e a ETE ter sido projetada para tratamento de esgoto doméstico, com a coleta de água residuária de uma indústria frigorífica localizada em suas proximidades o lançamento do efluente pode promover alterações nas características físicas, químicas e biológicas do rio, prejudicando as comunidades ribeirinhas.
Ele disse também que, “com a proposta em questão, pretende-se utilizar esse efluente no cultivo da bananeira prata anã, de forma que o sistema proporcione rendimento máximo da cultura, sem promover contaminação do solo e água subterrânea”.
O Norte de Minas – Montes Claros

