O sucesso da apicultura está no tripé “florada, manejo adequado e localização das colmeias”. Uma boa florada é fundamental porque é onde as abelhas retiram o pólen e o néctar para a produção do mel. A análise é de José Catarino Mendes, coordenador da cadeia produtiva da apicultura do Programa de Desenvolvimento Regional (MT Regional) e membro do comitê do Congresso Brasileiro de Apicultura, que neste ano será realizado em Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal, de 19 a 22 de maio.
Ainda segundo o coordenador, o manejo adequado envolve a troca de rainhas, da cera e preparação dos enxames para ter quantidade suficiente de abelhas para a época da florada. Já a localização das abelhas está diretamente ligada ao custo de produção. Isto é, deve-se ter uma colmeia para cada quilômetro percorrido pelo apicultor para a retirada do mel.
“Se, por exemplo, sou obrigado a deslocar 100 km para colher o produto, necessito de, no mínimo, 100 colmeias para que minha produção compense os custos”, explica José.
Cipó-uva
Segundo Catarino, que também é apicultor, um quarto fator é fundamental: a vocação para a atividade. “É preciso ser um apaixonado, o que não é muito difícil, porque onde há abelha não há fogo, desmatamento e nem inseticida”, garante.
Sobre as floradas, ele explica que cada região tem um determinado vegetal que sobressai. No caso do Pantanal, onde estão localizadas suas colmeias, ele utiliza o cambará, enquanto em outras regiões há o cipó-uva, cuja florada é longa, durando entre 30 e 40 dias.
“No caso da agricultura, o girassol é muito bom, produz muito pólen”, diz Catarino, explicando que plantas como o pinhão manso e o eucalipto também resultam em uma boa florada.
Ele diz ainda que o apicultor deve trabalhar como as abelhas, ou seja, unidos, forma associada ou cooperativada. “Como a maioria é produtor de pequena propriedade, trabalhar isolado fica muito complicado, porque o investimento é alto e o retorno, demorado”, assinala Catarino.
Agência Sebrae de Notícias

