Brasil retorna à OMC contra subsídios

por admin_ideale

 


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que o governo brasileiro decidiu notificar a Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o direito de retomar o processo retaliação econômica contra os subsídios dos Estados Unidos concedidos os produtores de algodão.


Até então, havia uma esperança de o problema ser resolvido dentro da Rodada Doha, porém as negociações fracassaram, o que fez com o Brasil voltasse a pedir o processo de arbitragem do valor das sanções à OMC para ser aplicado aos Estados Unidos.


“Se não fizermos isso estaríamos dando uma sinalização equivocada”, disse o Chanceler brasileiro, na sexta-feira, afirmando que o pedido estaria sendo encaminhado à Genebra. Sem citar o valor das sanções a serem aplicadas ao algodão americano, Amorim declarou o procedimento de abertura do comitê na OMC deve levar até 60 dias.


Ainda durante conversa com jornalistas no Itamaraty, na tarde de sexta-feira, Amorim avisou que o governo brasileiro estuda abrir processo, também, contra a política de proteção ao etanol americano. Entretanto, Amorim assegurou que o governo brasileiro buscará solucionar o problema dos subsídios do algodão por meio de negociações com o governo americano.


A queda-de-braço entre o Brasil e os Estados Unidos em relação ao apoio financeiro concedido aos produtores de algodão vem desde 2004, quando o governo brasileiro obteve sucesso no Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC, que suspendeu os subsídios do Estados às exportações de algodão. Mas os Estados Unidos não tem cumprido o acordo em 100%. Em junho deste ano, a OMC confirmou que o governo norte-americano não havia suspendido a subvenção ao algodão determinado pelo OSC há mais de dois anos.


O ministro das Relações Exteriores disse, ainda, que se abriu uma “fresta” de oportunidades para a retomada das negociações da Rodada de Doha. Ele informou que tem conversado com ministros de comércio exterior de vários países e assegurou que existe “um desejo de se discutir a inconformidade com a paralisia de Doha”.


Apesar disso, Amorim afirmou que o governo brasileiro continua interessado nas negociações bilaterais com a União Européia no setor agrícola, que segundo ele, talvez tenha sido o setor que impediu o avanço das negociações em Doha. “A gente não pode saber (o que vai acontecer) sem testar”, disse ao ser questionado se o governo brasileiro não temia uma possível derrota, já que as negociações de Doha não avançaram. O chanceler brasileiro reuniu a imprensa para informar que viajaria para Austrália e Nova Zelândia nesta semana, países considerados importantes para o país tanto do ponto de vista comercial como político.


Gazeta Mercantil

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