Os preços das commodities recuaram pelo quinto dia consecutivo, registrando sua mais longa série de quedas desde novembro do ano passado e caindo até 10% em relação a seu recorde de alta de duas semanas atrás. O movimento se deve ao receio de que a desaceleração do crescimento mundial faça recuar a demanda por combustíveis, grãos e metais.
O Índice Reuters-Jefferies CRB Commodity recuou 7,4% esta semana, puxado pelo declínio nos preços do petróleo, do milho e do açúcar. O índice caiu sexta-feira até 1,4%, para 426,57 pontos, seu mais baixo patamar em seis semanas, após ter alcançado o recorde de 473,97 pontos em 3 de julho passado. O declínio de cinco dias foi o mais longo desde a semana encerrada em 30 de novembro de 2007.
A economia da China no segundo trimestre deste ano se expandiu ao menor ritmo desde 2005, segundo mostrou um relatório divulgado esta semana. Ben S. Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos Estados Unidos), disse ao Congresso norte-americano em 15 de julho que o país enfrenta riscos “significativos” para seu crescimento.
“Todas essas commodities estão começando a mostrar sinais de que o grande mercado altista acabou e que os produtos com os quais as pessoas realmente faturaram mais nos últimos sete anos vão começar a cair substancialmente de preço”, disse Michael Aronstein, presidente da Marketfield Asset Management de Nova York.
Em junho, Aronstein disse que as commodities estavam próximas de “algum tipo de ajuste” após terem disparado e alcançado recordes este ano devido à alta da demanda e à oferta apertada. O preço do petróleo recuou 8,1% desde o início de julho, o milho despencou 17% e o cacau caiu 12%. O índice CRB declinou 7,6% este mês.
O petróleo bruto caiu sexta-feira até 0,8% na Bolsa Mercantil de Nova York, o cobre recuou até 1,7% e o açúcar perdeu até 2,3%. Dezesseis das 19 commodities monitoradas pelo índice CRB caíram esta semana.
Gazeta Mercantil

