por Franco Fiorot
Certa vez, em 2004, na recepção da primeira emissora de televisão que trabalhei, conversava com colegas de trabalho sobre uma entrevista que havia feito naqueles dias. No momento da descontraída conversa, o então presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, Guerino Zanon, entrou na emissora para um compromisso e, enquanto caminhava para outra sala, me ouviu pronunciar o nome “professor Bezerra”, me referindo ao meu recente entrevistado, Antonio Bezerra Neto.
O atual deputado estadual, eleito com a maior votação já registrada na história do parlamento capixaba (65.704 votos), voltou o olhar e com um sorriso disse: “Esse entende”.
A afirmação ficou na minha memória e, aos poucos, com o passar dos anos fui entendendo a tal frase que havia escutado.
A intelectualidade de Antonio Bezerra Neto é uma identidade deste potiguar, nascido em 19 de fevereiro de 1957 em Currais Novos, no Rio Grande do Norte, filho de Manoel Janot Bezerra de Araujo e Francisca Gomes de Araujo.
Bezerra possui formação superior em Direito, pela antiga Fadic (Faculdade de Direito de Colatina), e em História, pela Universidade Severino Sombra, no município de Vassouras, Rio de Janeiro, com mestrado pela Universidade de Havana, em Cuba.
Casado com a farmacêutica e bioquímica, Dulce Mary Moreira Bezerra, e pai do Janot e da Júlia, Antonio Bezerra Neto é funcionário do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), desde 1978.
Foi professor universitário, escreveu 12 livros, faz parte da antologia dos poetas do Espírito Santo, é cronista de jornais do município de Linhares (ES) e Ouro Preto (MG). Além disso, atualmente, Bezerra é presidente da Seccional Linhares do Instituto Histórico e Geografico do Espírito Santo e Responsável pelo Centro de Treinamento em Bovinocultura e outros do Centro Regional de Desenvolvimento Nordeste (CRDR) do Incaper.
No “Café & Prosa” do Campo Vivo, Antonio Bezerra Neto revelou um pouco da sua intimidade.
Signo: Aquário
Hobby: Cinema
Religião: Católico
Melhor filme: Cenas de um Casamento, diretor Ingmar Bergman
Melhor livro: Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre
Música: Todo o repertório barroco de Johann Sebastian Bach
Uma fruta: Caju
Um animal: Gato, o velho felino
Time: Flamengo
Qualidade: Introspecção
Defeito: Ser um pouco desmedido
Maior alegria: Perceber a volta da estabilidade emocional do meu pai
Maior decepção: Não ter consolidado uma vida acadêmica
Um herói: Federico Fellini, o cineasta italiano
Um vilão: O corporativismo
Amigo na política: José Roberto Guasti
Um craque da política: Fernando Henrique Cardoso
Um destaque no setor agropecuário: Pedro de Faria Burnier
Superstição: Não deixar chinelo virado. É uma superstição que herdei de minha mãe.
A favor do aborto? Não, em função da minha formação histórica. Mas devido a complexidade do tema, posso relativizar minha posição.
A favor da pena de morte? Sou contra. O que o Brasil precisa é de aprimorar seu sistema carcerário. A pena de morte é um engodo que não permite a humanização da sociedade, freando o processo civilizatório. A pena de morte é uma barbárie.
A favor do plantio transgênico? Sim. O mundo é complexo e a tecnologia precisa estar ao lado do homem. Não vejo insustentabilidade em plantios transgênicos. Especialistas do mundo inteiro apontam para a necessidade dos transgênicos com o objetivo de espalhar mais alimentos pelo mundo.
Notícia que você gostaria de ver publicada: “O Brasil efetivamente diminuiu enormemente seus índices de criminalidade”. A violência no Brasil é nosso calcanhar de Aquiles e tem criado uma dor muito grande no seio da sociedade.
O que levaria para eternidade? A perspectiva da fé, o imaginar do dever cumprido, embora seja um pouco cético em relação a eternidade.
Lugar preferido: Ouro preto – MG
Agricultura é… a quintaessência da humanidade.
Quem é Antonio Bezerra Neto (em uma frase): Um homem que em algumas vezes tem o agradável sentimento de perder a razão.
