PIB rural cresce, mas alta de custos preocupa

por admin_ideale

 


O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio cresceu 3,83% de janeiro a abril deste ano, comparado com igual período do ano passado. Ao mesmo tempo, o aumento nos custos causado pela alta nos insumos agrícolas (como fertilizantes) reduziu a rentabilidade dos agricultores. Isso pode representar queda nos investimentos e na produção nacional de grãos. A avaliação é da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).


Ainda assim, a expansão da agricultura ocorre a taxas maiores neste ano do que em 2007. Nos primeiros quatro meses do ano passado, o aumento do PIB do agronegócio foi de 1,29%.


Dependendo da região e da época de compra dos fertilizantes, os plantadores de soja tiveram variação de 51,37% a 136,16% nos valores gastos com insumos até julho deste ano.


“Seria necessário, para segurar a inflação dos alimentos, que a produção fosse maior. Mas, com os custos de produção subindo, o produtor se sente menos estimulado a produzir mais. É pouco provável que os preços caiam no ano que vem”, disse Matheus Zanella, assessor da Comissão de Comércio Exterior da CNA.


O aumento na cotação internacional de commodities não conseguiu acompanhar os custos. Os exportadores de soja, por exemplo, obtiveram preço 60,7% maior de janeiro a maio deste ano em relação aos cinco primeiros meses de 2007.


O resultado na prática é o uso de uma parte cada vez maior da colheita para custear fertilizantes da safra seguinte.


Em Sorriso (MT), por exemplo, um sojicultor precisava de 17,19 sacas para adquirir fertilizantes para plantar um hectare de soja em 2007. Neste ano, eram necessárias 22,92 sacas. Um hectare na região rende de 45 a 50 sacas de soja.


Para o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta, os produtores vêm diminuindo investimentos. “No global, os números do setor vão muito bem. Mas em praticamente todas as regiões o agricultor está tendo rentabilidade negativa.”


Segundo ele, um efeito da perda de renda dos produtores é a maior exposição dos agricultores às tradings, que emprestam a juros mais altos.


Preços


A CNA discordou ontem das críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à especulação nos mercados futuros e pediu que o governo não interfira nesta área.


“Quanto menos interferência do governo, melhor é. O mercado se regula sozinho. Quanto mais liquidez tem o mercado, menos especulação. Por isso, é preciso estimular a participação de indústrias e produtores. Esse instrumento é importante”, disse Cotta.


 


Folha de São Paulo

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