Solução é desenvolvida para reduzir custo da produção de mudas de maracujá

O estudo do Incaper avaliou combinações entre palha de café, torta de filtro e pó de gesso

por Portal Campo Vivo
Foto: divulgação

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está desenvolvendo uma solução sustentável para reduzir os custos de produção de mudas de maracujazeiro no Espírito Santo. Resultados significativos foram obtidos com o uso de resíduos agroindustriais e da construção civil na formulação do substrato, material que preenche os recipientes onde as mudas se desenvolvem antes de irem para o campo.

Realizado com mudas de maracujá-azedo, o estudo avaliou combinações entre palha de café, torta de filtro — subproduto da indústria sucroalcooleira — e pó de gesso oriundo do descarte de placas utilizadas em construções. As formulações foram testadas a partir de características físicas e químicas do substrato, como porosidade, retenção de água, nutrição das plantas e sustentação das mudas.

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De acordo com o pesquisador responsável, Marlon Dutra, algumas formulações, especialmente as que equilibram palha de café e torta de filtro, apresentaram desempenho equivalente ao de substratos comerciais à base de casca de pinus e vermiculita, usados como referência na pesquisa. Já o pó de gesso foi aplicado como fonte de cálcio e enxofre, nutrientes importantes para o desenvolvimento inicial das plantas.

“As mudas alcançaram altura adequada para o transplantio e apresentaram raízes vigorosas, o que favorece o pegamento no campo e reduz o tempo e o custo de produção. A principal vantagem é o baixo custo, pois utilizamos materiais abundantes na região Sul do Estado e frequentemente descartados”, explica o pesquisador, que conduz o estudo na Fazenda Experimental Bananal do Norte, em Cachoeiro de Itapemirim.

Segundo Dutra, a tecnologia beneficia tanto viveiristas quanto agricultores. Para quem produz mudas, possibilita manter alto padrão de qualidade com menor investimento. Para os produtores rurais, abre oportunidades de diversificação com uma cultura de crescente valor comercial, seja para consumo in natura, seja para a indústria de processamento.

“Além disso, o reaproveitamento desses resíduos contribui para a destinação ambientalmente correta de materiais que muitas vezes vão parar em aterros ou são descartados de forma irregular”, acrescenta.

Distribuição de mudas aos produtores

Como parte das ações de transferência de tecnologia do projeto, mais de 1.000 mudas produzidas nos experimentos estão sendo distribuídas a agricultores acompanhados pelos escritórios locais do Incaper na região Sul do Estado. “Os produtores têm elogiado o porte, o vigor e a sanidade das plantas recebidas”, destaca Dutra.

Formação de jovens pesquisadores

O projeto também contribui para a formação de estudantes. Por meio do Programa de Iniciação Científica Júnior do Espírito Santo (PICJr 2025 – Edital Fapes/Sedu nº 16/2024), cinco alunos da Escola Família Agrícola de Cachoeiro de Itapemirim (Efaci) e um do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus Cachoeiro tiveram a oportunidade de atuar como bolsistas, participando de etapas como preparo dos substratos, semeadura, irrigação, adubação e manejo fitossanitário. “A vivência permitiu que os jovens desenvolvessem competências de pesquisa e práticas de produção vegetal”, avalia Marlon.

Diante dos resultados promissores do projeto, o pesquisador submeteu uma nova proposta ao PICJr 2026, voltada ao desenvolvimento de um sistema automatizado de irrigação para porta-enxertos de maracujazeiro produzidos nos substratos alternativos.

“Os resultados desses experimentos serão repassados à rede de assistência técnica e extensão rural do Incaper e aos viveiristas do Estado. Nosso principal objetivo é ajudar a fortalecer a cadeia produtiva capixaba do maracujá”, afirma Dutra.

Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

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