Preço do boi gordo sobe 24% em um mês

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Depois de meses marcando passo entre R$ 57 e R$ 60, os preços da arroba do boi gordo iniciaram uma rápida ascensão chegando hoje a patamares entre R$ 73 e R$ 75, o que representa uma evolução de aproximadamente 24% em 30 dias. Para o presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, os preços do boi estão apenas se recuperando em relação aos custos de produção que, desde 2003, já subiram 43%.


 


Para o dirigente da CNA, diversos fatores explicam a alta de preços do boi gordo nas últimas semanas, dentre eles, o aumento de aproximadamente 15% no volume das exportações de carne, com a conseqüente elevação da demanda por animais para abate; o aumento do consumo interno, que passou de 37 quilos para 40 quilos por habitante/ano; a baixa oferta de bois, em decorrência do elevado abate de matrizes dos últimos anos; e o prolongamento da estiagem, retardando a chegado do boi de pasto ao mercado.


 


Conforme Antenor Nogueira, a expectativa do setor é de que os preços do boi ainda subam nas próximas semanas, tendo em vista que as exportações de carne continuam aquecidas, enquanto os preços atuais ainda não atendem às necessidades dos produtores para cobrir as perdas acumuladas. Segundo ele, também a escassez na oferta de animais para abate deve continuar, até porque, com a reação dos preços do boi, houve um corte abrupto no abate de fêmeas, que de até 42%, caiu para cerca de 15%, bem abaixo do descarte normal, que é de 20% a 25%.


Surpresa


 


O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes (Sindicarne), José Magno Pato, admite que a forte reação dos preços do boi gordo surpreendeu até aos mais céticos analistas de mercado.


 


Segundo ele, a expectativa era de que a arroba ficasse ao redor de R$ 60, tendo em vista que o confinamento de animais no Estado aumentou em mais de 1 milhão de cabeças em setembro, incentivado pelos preços ainda não tão elevados do milho e da soja. “Então, o que se esperava era que, no fim de outubro, começasse a entrar o boi de pasto e os preços da arroba pudessem até cair alguma coisa”, diz.


 


José Magno Pato explica, entretanto, que a estiagem prolongada e a conseqüente falta de pasto impediram, até agora, que o boi criado a campo chegasse ao mercado. Segundo ele, isso provocou escassez de animais para abate, situação que, na sua opinião, deverá perdurar pelo menos por todo o mês de janeiro.


 


“Além disso, minha avaliação é de que estamos encerrando um período de preços deprimidos e iniciando um de preços mais elevados, que deve se prolongar por pelo menos três anos”, prevê o presidente do Sindicarne. Ele atribui o fato ao intenso abate de matrizes nos últimos anos, o que agora demandará algum tempo para a recomposição do plantel.


 


 


O Popular – GO 

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