Aquecimento global pode reduzir produção de café em 92% até o fim do século, aponta estudo

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Se nenhuma ação for realizada para diminuir os efeitos do aquecimento global sobre a agricultura, a produção de café no Brasil pode ter queda de 92% até o ano de 2100. A informação é de um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que também calcula a possibilidade de queda de R$ 370 milhões em exportações nos próximos 13 anos.


 


De acordo com o estudo, as plantações de café, soja e feijão são as mais impactadas pela elevação da temperatura. A estimativa para a produção do café é de queda de 30 milhões para 2,4 milhões de sacas até o fim do século, caso não haja diminuição dos danos causados pelas alterações climáticas.


 


Apesar da probabilidade de queda na produção, o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, disse acreditar que com o desenvolvimento de práticas agrícolas eficazes e ações da ciência, o quadro pode ser mais otimista.


 


“A boa notícia é que os pesquisadores não estão de braços cruzados. O Brasil é muito competente no uso de tecnologia em agricultura. Se acharmos que está tudo bem com o atual cenário, aí sim perderemos produção”, afirmou.


 


Entre as ações necessárias para evitar a escassez do café, Assad incluiu a utilização de novos fertilizantes e o desenvolvimento de espécies resistentes a temperaturas mais altas. Mesmo diante da perspectiva de diminuição das plantações, o pesquisador descartou a possibilidade de falta de café.


 


“Não vai faltar de jeito nenhum. Esse trabalho [pesquisa]tem a grande vantagem de se antecipar aos problemas. Nós não estamos apagando incêndios, mas nos precavendo”, garantiu.


 


O pesquisador da Embrapa ressaltou que, além dos aspectos econômicos, as plantações de café são importantes para combater a poluição atmosférica. Segundo ele, a planta tem a propriedade de catalisar partículas de dióxido de carbono (CO2), substância nociva ao meio ambiente.


 


“O café é uma planta que tem balanço positivo em termos de retenção de carbono. Ele ajuda, portanto, a limpar a atmosfera. Estamos intensificando as pesquisas para saber a proporção dessa limpeza”, afirmou.


 


 


O Dia – RJ 

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