O Espírito Santo será o primeiro estado brasileiro a lançar um modelo unificado de monitoramento da qualidade das águas e de despoluição dos rios. Neste mês de dezembro, o Guia de Monitoramento Ambiental em Recursos Hídricos, projeto do Instituto Aplysia em parceria com o Governo do Estado e outras 24 instituições, estará disponível gratuitamente para indústrias, instituições públicas e privadas, e órgãos ambientais.
Atualmente, existem regulamentações federais que preveem o uso do monitoramento ambiental, mas nenhuma delas padroniza os métodos utilizados pelos órgãos de controle do meio ambiente para fiscalizar a descarga de resíduos nos rios, nem prioriza o impacto causado nas espécies atingidas.
Com o guia, ficam estabelecidas medições mais aprofundadas dos ecossistemas aquáticos, o que permite avaliar melhor se as regulações de proteção de animais e vegetais aplicadas na região são suficientes. A ferramenta auxiliará, por exemplo, no mapeamento de ambientes hídricos que precisam de recuperação prioritária quando contaminados. Assim, ações de recuperação de rios atingidos por poluição de esgotos domésticos e industriais, passam a contar com ferramenta padronizada de avaliação do impacto, auxiliando de forma mais objetiva no seu enquadramento e recuperação.
O modelo foi baseado no Environmental Effects Monitoring (EEM), instrumento desenvolvido pela Agência Ambiental Canadense (Environment Monitoring) e pelo Canadian Rivers Institute, que existe há 23 anos. No Brasil, os métodos foram aplicados, pela primeira vez, em um projeto piloto denominado Peixe Guia, realizado em três rios do Espírito Santo: Benevente, Jucu e Santa Maria da Vitória.
De acordo com a presidente do Instituto Aplysia, Tatiana Furley, especialmente nesse momento em que o Rio Doce sofre com a tragédia do rompimento das barragens da Samarco em Mariana/MG, o modelo se torna ainda mais adequado, pois utiliza a experiência do Canadá com os impactos provocados pela mineração nos recursos hídricos. “A ferramenta pode auxiliar no acompanhamento da revitalização do Rio Doce”, pontua.
Essa aplicação vai ser apresentada durante a cerimônia de lançamento, que será realizada nesta quarta, 9 de dezembro, no Palácio Anchieta, pelos cientistas do governo canadense Larry Mark Hewitt, especialista em identificação toxicológica e estudos de avaliação; Joanne Louise Parrott, especialista em estudos de toxicologia de peixe; e Mark Ervin McMaster, especialista em estudos dos efeitos na saúde dos peixes.
O Instituto Aplysia acompanha estudos sobre esse método de medição da qualidade dos rios há 16 anos e o documento, que será disponibilizado também para download, já é utilizado por países como Estados Unidos, Suécia, Austrália, Argentina e Chile.
Serviço:
Lançamento do Guia de Monitoramento Ambiental em Recursos Hídricos
Data: Quarta – 9 de dezembro de 2015, às 10h.
Local: Salão São Tiago, Palácio Anchieta.
Presença:
Tatiana Furley, presidente do Instituto Aplysia; Larry Mark Hewitt, pesquisador sênior, especialista em identificação toxicológica e estudos de avaliação; Joanne Louise Parrott, pesquisador sênior, especialista em estudos de toxicologia de peixe; e Mark Ervin McMaster, pesquisador sênior, especialista em estudos dos efeitos na saúde dos peixes selvagens da Agência Ambiental Canadense (Environment Monitoring Canda).
Números:
– 1º Guia de Monitoramento de Recursos Hídricos do Brasil;
– 28 envolvidos, sendo 3 pastas do Governo do ES (Cesan, Iema e Sectti);
– 4 segmentos envolvidos: governo, academia, sociedade, empresa; instituições de 2 países;
– 3 estuários capixabas avaliados;
– O documento foi desenvolvido com base em 16 anos de pesquisas e estudos.
Amanda Amaral