Brasil deve apreender volume recorde de agroquímicos ilegais neste ano, diz ministério

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Herbicida paraquate está proibido desde 2020, e foi a substância mais apreendida este ano

O Brasil deve apreender um recorde de 500 toneladas de pesticidas ilegais em 2022, mais que o dobro do volume em 2020, à medida que o governo intensifica a fiscalização em meio à crescente demanda por agroquímicos.

O esperado aumento nas apreensões reflete uma maior cooperação entre vários entes governamentais, e tem o objetivo de impedir que grandes organizações criminosas capitalizem com este tipo de comércio, disse um funcionário do Ministério da Agricultura à Reuters nesta quinta-feira.

O crescente mercado ilegal impõe riscos à cadeia de suprimentos das multinacionais de grãos que operam no Brasil, além de ser um perigo para a saúde pública.

Como o Brasil é um país tropical, os agricultores daqui precisam de mais defensivos para proteger lavouras de milho e soja, entre outras.

Seus pares em países concorrentes, onde o clima é mais frio, usariam menos esses químicos, segundo o funcionário.

“O crime organizado vai se direcionar, como uma grande empresa, a buscar aquilo que traz mais lucro”, disse Julio Lima, chefe da unidade de fiscalização de agrotóxicos do Ministério da Agricultura. “A gente vê que tem esta mudança de comportamento para o comércio de agrotóxico porque o valor de mercado e a demanda aumentaram muito.”

Os criminosos contrabandeiam, roubam e adulteram produtos, disse ele.

Estima-se que 25% do mercado de agroquímicos do Brasil seja composto por produtos ilegais, de acordo com um estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF). Lima contesta essa estimativa, fixando o total em torno de 15%.

O mercado vale 14,9 bilhões de dólares, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Marco Palhano, chefe do serviço de fronteiras da Polícia Rodoviária Federal, disse à Reuters que o herbicida paraquate, que está proibido desde 2020, foi a substância mais apreendida este ano.

Palhano observou que o paraquate é importado legalmente pelo Paraguai e Uruguai da China, país onde está proibido. Os criminosos depois contrabandeiam o produto para o Brasil.

Reuters

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