Depois de cinco meses em alta, o preço do leite pago ao produtor caiu no pagamento realizado em novembro, referente ao leite entregue em outubro último. Considerando a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o recuo foi de 5,3% na comparação mensal. Apesar da queda, em relação a novembro do ano passado, o preço pago ao produtor está 50,7% maior este ano.
A produção de leite aumentando com mais força na região Sudeste e no Brasil Central desde outubro, com as chuvas mais regulares e mais bem distribuídas, diminuíram a concorrência entre as indústrias. No entanto, é importante destacar que, por ora, não há excesso de leite no mercado interno, o que acaba limitando as quedas nos preços da matéria-prima (leite cru).
Do lado da demanda por leite e derivados, o escoamento no mercado interno foi prejudicado em outubro e novembro com a redução do auxílio emergencial do governo e patamares elevados de preços atingidos pelos produtos lácteos no mercado interno. Desta forma, a pressão dos varejistas aumentou sobre o atacado, principalmente devido as expectativas mais pessimistas com relação ao consumo de leite fluido e leite em pó neste final de ano, com as férias e festas.
Para o pagamento a ser realizado em dezembro/20, referente a produção entregue em novembro/20, o viés do mercado é de estabilidade à queda nos preços do leite ao produtor. Isto porque a oferta de leite, apesar dos incrementos, seguiu mais ajustada em novembro (dados parciais) e deverá sentir os efeitos da falta de chuvas em alguns estados ainda em dezembro próximo. Desta forma, 49% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria estão apontando para manutenção nos preços do leite ao produtor em dezembro, mas 31% das indústrias estimam queda das cotações e 20% dos laticínios falam em alta no preço do leite.
Scot Consultoria