Corrida às prateleiras aquece demanda por ovos

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A demanda por ovos, já habitual no período da Quaresma por conta da substituição da carne vermelha, se aqueceu ainda mais nos últimos dias com a crise do novo coronavírus (Covid-19). Com medo de desabastecimento durante a quarentena, os consumidores correram aos supermercados para garantir a proteína.

Com sede no município atual maior produtor de ovos do Brasil, Santa Maria de Jetibá (ES), a Coopeavi sempre registrou aumento do consumo de ovos no período de 40 dias seguido por luteranos e católicos e que termina na Páscoa.

O propósito da Coopeavi é unir famílias que alimentam famílias. Em todas as unidades da cooperativa e nas granjas de 94 famílias de avicultores associados, a produção já era a prevista desde o ano passado, sem interferência do surto da Covid-19.

Em 2019, a cooperativa comercializou um total de 443.799 caixas de ovos com 30 dúzias cada- sendo 80% da produção para a Bahia, além do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Sergipe. O gerente executivo de produção da Coopeavi, Luis Carlos Brandt, defende a versatilidade do produto na dieta.

“O ovo é muito versátil para o preparo de diversas refeições e entrou na lista de prioridades nesse momento no qual o consumidor temeu um pouco o desabastecimento que não aconteceu”, destaca Brandt.

O consumidor enxerga essa versatilidade até no armazenamento. A recomendação é armazenar os ovos sob refrigeração para estender a validade por semanas. E, segundo o gerente de produção, na geladeira o prazo de validade é de pelo menos 21 dias.

“Além de ser proteína de alta qualidade, o ovo é um produto rico em vitamina D, citada por especialistas até como benéfica na prevenção do coronavírus. São vários os atributos e qualidades que levam o consumidor a optar pelo ovo. E ele ainda é uma proteína acessível, mesmo com alta nos preços”, completa Brandt.

Compromisso

Segundo o gerente de produção, a diferença com a evolução da pandemia foi somente a antecipação dos consumidores nos supermercados, por isso não teme um desabastecimento nas gôndolas até pelo excesso da oferta.

“No caso da avicultura de postura, a cooperativa não tem como alojar novas estruturas de produção de ovos em menos de cem dias, que é o tempo de recria das pintainhas, ou seja, a produção não é elástica”, explica.

Apesar da crise, a Coopeavi conseguiu cumprir todos os compromissos com os parceiros, dentre distribuidores, supermercados e clientes, além de tentar viabilizar a parte nutricional para a produção de rações, que também sofreram forte reajuste. De acordo com Luis Carlos Brandt, o milho e soja compõem entre 80% e 85% de todas fórmulas de ração na avicultura.

O aumento do custo da matéria-prima acaba sendo passado no valor final para o consumidor. E a cooperativa teve um papel importante ao estar preparada para suportar o produtor de ovos nesses picos de aumento.

“A Coopeavi tem um estoque que acaba funcionando como amortecedor, pelo menos no curto prazo, para não ter um pico tão alto. A cooperativa já tinha negociações em andamento que ainda possibilitaram não passar todo o aumento das rações para o seu quadro de cooperados”, afirma Brandt.

Com informações de assessoria

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