Os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017*, recém divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que houve redução no número de propriedades cafeeiras do país. Na comparação com os dados consolidados do censo anterior, que teve o ano de 2006 como referência, ocorreram mudanças significativas em algumas regiões.
De acordo com os dados do IBGE, no ano de 2017 havia 188.180 propriedades com cultivo da espécie Coffea arabica em todo o território nacional. Isso representa uma redução de 5,7% em relação ao ano de 2006, quando foram contabilizadas 199.492 propriedades.
Entre os estabelecimentos agropecuários que cultivam Coffea canephora (conilon) também houve redução. Foram registrados 76.136 estabelecimentos com a espécie em 2017, uma diminuição de 12,8% desde 2006, ano em que o número era de 87.350.
A análise dos dados dos principais estados produtores revela realidades distintas. O número de estabelecimentos cafeeiros diminuiu em alguns, mas aumentou em outros.
Arábica: Paraná, São Paulo e Bahia perderam estabelecimentos; Minas e Espírito Santo ganharam
O estado que mais contribuiu para a queda no número de propriedades que cultivam C. arabica foi o Paraná. O Censo identificou 9.866 estabelecimentos em 2017, número que é 51,8% menor que no levantamento anterior. Dentre os principais estados produtores dessa espécie, São Paulo (-38,1%) e Bahia (-14,6%) também apresentaram grande redução de estabelecimentos.
No entanto, o número de propriedades aumentou em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em Minas, são 119.508, o que representa uma elevação de 13,9% na comparação com 2006. Atualmente, o estado concentra 63,5% de todas as propriedades brasileiras onde há cultivo de C. arabica. No Espírito Santo, o aumento foi de 7,6%.
Conilon: queda em Rondônia e aumento no Espírito Santo
Em Rondônia, segundo maior estado produtor de conilon do país, houve uma grande redução no número de estabelecimentos que cultivam esse café. Os resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 mostram que o estado conta com 16.813 propriedades. O número é 43,3% menor que o verificado em 2006, quando existiam 29.638.
A situação é inversa no Espírito Santo. Em 2017, foram identificadas 49 mil propriedades cultivando conilon, o que representa uma expressiva elevação de 38,6% sobre 2006. Na Bahia, houve um pequeno aumento de 3,7%.
Número de cafeeiros cresceu
Apesar do número de estabelecimentos que produzem café ter diminuído, a quantidade de cafeeiros que foram colhidos aumentou. Isso indica crescimento do parque cafeeiro nacional e do número de plantas por propriedade.
Em 2017, foram colhidos 4,3 bilhões de cafeeiros no país; são 600 milhões a mais que em 2006. O aumento foi verificado tanto no C. arabica quanto no C. canephora.
A quantidade de pés de C. arabica colhidos em 2017 chegou a 3,6 bilhões, 20% a mais que no último Censo Agropecuário. Houve aumento em Minas Gerais (35,8%), São Paulo (17,7%) e Espírito Santo (1,3%). No Paraná, a grande diminuição dos estabelecimentos cafeeiros impactou o número de plantas colhidas, que caiu 61,4%. Na Bahia, a redução foi de 29,2%.
O número total de pés de C. canephora colhidos em 2017 foi de 690 milhões, o que representa um incremento de 12,2%. Esse crescimento foi puxado por Bahia (77,9%) e Espírito Santo (58,1%). Em Rondônia, o número de plantas colhidas encolheu em 63,7%, mas como se sabe, a produtividade do estado dobrou nos últimos anos
Negócio Café