O aumento das exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos contribuiu para a alta de 28,5% no volume total embarcado da bebida nos nove primeiros meses da safra 2017/2018. Entre julho do ano passado e março deste ano, o total exportado chegou a 855,9 mil toneladas. Na safra anterior, o volume foi de 665,8 mil toneladas. A receita com as exportações de suco cresceu 30% entre os períodos, passando de US$ 1,198 bilhão para US$ 1,556 bilhão.
Os dados estão num levantamento feito pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), baseado em informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço.
Para o mercado norte-americano, foram enviadas 226,6 mil toneladas de suco concentrado e congelado, ante 139,7 mil toneladas exportadas na safra passada. O volume de 62,2% a mais exportado aos Estados Unidos nos nove primeiros meses da atual safra, gerou faturamento de US$ 404,4 milhões, alta de 58,7% sobre o de igual período da safra anterior, de US$ 254,8 milhões.
O aumento nas exportações para os Estados Unidos pode ter relação com a queda na produção das frutas causada pela ação do greening no estado da Flórida, que obrigou fábricas a fecharem as portas. A oferta local também foi atingida pela ação do furacão Irma, que afetou a produção dos pomares no final do ano passado.
O volume vendido nos nove primeiros meses da safra 2017/2018 para a União Europeia, destino de 60% do suco de laranja brasileiro no período, atingiu 512,9 mil toneladas ante 428,5 toneladas no período anterior. Se no volume exportado a alta foi de 19,7%, a receita entre os períodos variou 20,4%, de US$ 772 milhões para US$ 929,5 milhões.
Entre os mercados menores, o destaque é o Japão, com o crescimento de 82% nos embarques em nove meses de safra, para 37,7 mil toneladas e de 115% na receita, com US$ 72,4 milhões. A China aumentou em 16% o volume de suco importado do Brasil, com 26,1 mil toneladas e em 28% a receita, a US$ 52,1 milhões, entre os períodos.
O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, avaliou a melhora das exportações como um retorno “de uma relativa normalidade” ao mercado. “A safra passada, a 2016/2017, uma das menores da história, produziu uma quantidade muito pequena de suco, o que afetou a oferta. Então, a comparação com o período anterior pode apresentar algumas distorções”, relatou.
Segundo o executivo, na comparação dos mesmos períodos de nove meses da atual safra 2017/2018 com a retrasada, a 2015/2016, antes dos problemas derivados da pouca oferta de laranja, há um aumento de 4,6% no volume total de suco concentrado e congelado exportado pelo Brasil. Naquela safra, o volume exportado entre julho de 2015 e março de 2016 estava em 818,2 mil toneladas.
Na comparação entre esses dois períodos e desconsiderado a safra passada, o diretor da CitrusBR apontou que Estados Unidos e União Europeia mostram direções opostas.
“Quando comparamos o volume embarcado para os Estados Unidos na safra atual com a safra retrasada (de 141,6 mil toneladas), o aumento é de 60%, mas quando comparamos com (o volume de 578 mil toneladas) da Europa, há uma queda 11,2%”, observou. “Isso mostra que apesar do bom resultado deste ano, que deve ser comemorado, não podemos pensar que todos os problemas estão resolvidos porque a pressão sobre a demandade suco ainda é um problema grave”, concluiu.