O ano de 2017 terá uma marca negativa no mercado cafeeiro capixaba. Mesmo ainda faltando quatro meses para o fim do ano, a previsão é de que a exportação tenha a pior marca nos últimos 30 anos, com cerca de 1,8 milhão de sacas vendidas para fora do país. O número é o menor desde 1982, segundo garante o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória, Jorge Luiz Nicchio.
Ele lembrou que a queda já era registrada nos últimos tempos, com 6,4 milhões de sacas exportadas em 2015, e 2,3 milhões de sacas em 2016. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção do grão neste ano será quase 9% menor do que em 2016.
“É um volume muito pequeno, porque há 35 anos, nossa produção era de 25 a 30% menor do que é hoje. Ficava em torno de 3 milhões de sacas produzidas. Neste ano, com todo esse problema da seca, nossa produção está em torno de 9 milhões de sacas, mas atravessamos um período muito ruim para exportar”, destacou Nicchio.
O presidente do CCCV lembra que além da produção ser prejudicada pela falta de chuvas, problema que se intensificou nos últimos três anos, também há outros detalhes que inviabilizam a exportação, como a falta de capacidade do Porto de Vitória.
“Perdemos também no embarque de arábica. Estamos em uma região que é favorecida, porque poderíamos escoar a produção vinda do leste de Minas Gerais e do Sul da Bahia, mas esses embarques têm sido feitos pelo Rio de Janeiro e por Santos. Tem muito café aqui mesmo, do Espírito Santo, que vai de transporte rodoviário até o Rio e embarca por lá”, contou Nicchio.
Segundo ele, o Porto de Vitória só abriga navios de até 242m, sendo que hoje em dia, a maioria das embarcações tem entre 350 e 360m. A dragagem, diz Nicchio, ameniza o problema, mas não resolve. “Com a dragagem, o porto vai receber navios de até 260m, até 265m. Precisamos mesmo de um porto de águas profundas que possa fazer nossa logística”, ressaltou.
G1 ES