O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu em julho após cinco meses consecutivos de elevação. No total, o indicador atingiu 161,9 pontos em julho, 1,3 pontos (0,8%) inferior se comparado com o mês imediatamente anterior e 1,4% menor se comparado com o mesmo período do ano passado.
O resultado, segundo a organização, foi fortemente influenciado pela queda nas cotações internacionais de grãos e óleos vegetais, que acabou puxando o índice para baixo, mesmo com os preços mais firmes dos lácteos, carne e açúcar. A maior redução nos índices específicos foi o de cereais, que atingiu 148,1 pontos em julho, uma queda de 8,8 pontos (5,6%) se comparado com junho e 11% se com o mesmo período de 2015.
Dentro dos principais cereais, o preço do milho caiu rapidamente com as boas condições climáticas nas principais regiões agrícolas dos Estados Unidos. O trigo também teve um desempenho negativo no mês incentivado pelo grande estoque mundial e pelas projeções de exportações abundantes na região do Mar Negro. Na contrapartida, o arroz se fortaleceu.
Já o Índice de Preço dos vegetais caiu pela terceira vez consecutiva ao bater 157,4 pontos em julho, uma queda de 4,6 pontos (2,8%) ante junho. O resultado foi puxado principalmente pelo desempenho do óleo de palma, que se desvalorizou por causa das chuvas sazonais no Sudeste Asiático. O preço da soja, óleo de girassol também foram influenciados por resultados mais favoráveis do que os previstos e contribuíram ainda mais para a queda do índice.
Na contramão, o setor de laticínios foi o que apresentou o melhor resultado ao fechar o mês em 142,3 pontos, um crescimento de 4,3 pontos (3,2%) em relação à junho, mas os preços continuam muito baixos historicamente. Os preços de todas as commodities analisada pelo índice subiram, em especial a manteiga. O setor lácteos tem se valorizado com redução da oferta por causa da baixa demanda internacional, principalmente do leite em pó. A União Europeia está considerando, inclusive, promover uma redução na produção de leite – que subiu 4,4% no ano até maio.
O preço internacional de carnes subiu 2 pontos e fechou a 159,9 pontos, 1,3% maior que o mês anterior. Os preços ficaram firmes em todos os produtos, em especial na carne suína, sustentada pela baixa oferta. Além disso, a demanda internacional por carne se manteve firme, o que ajudou a elevar o índice.
Influenciado pelos movimentos do real no Brasil, que está fortalecido ante o dólar americano, o preço do açúcar subiu 2,7 pontos (1%) em comparação com o mês anterior e atingiu 278,7 pontos em julho. A moeda brasileira mais valorizada tende a elevar o preço internacional do açúcar.
Estadão Conteúdo