No ano passado, caiu o número de conflitos no campo, segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra, no entanto, pela primeira vez desde que o órgão começou os levantamentos, há 29 anos, os dados apontam aumento na violência contra os povos indígenas.
Trinta e quatro pessoas morreram em conflitos agrários no ano passado, 15 eram índios. Desses, cinco foram assassinados em Roraima, os ianomamis perderam a vida por causa da disputa por terras na região. Para o Conselho Indigenista Missionário, a situação pode ficar ainda pior se os direitos não forem preservados.
Outro dado que chama a atenção dos pesquisadores da Comissão Pastoral da Terra está relacionado à água. Os conflitos em 2013 cresceram 32% em relação ao ano anterior. Foram 104 casos, a maioria por causa da construção de hidrelétricas.
O relatório também aponta um aumento da violência contra a mulher, 55 sofreram tentativa de assassinato no ano passado, contra 24 em 2012. Raimunda Pereira Santos, que mora em Barra do Ouro, no Tocantins, vive com medo. Ela diz sofrer ameaça de fazendeiros para que ela e os filhos saiam da terra onde vivem.
O balanço da Pastoral da Terra é atualizado e divulgado anualmente, desde 1985 e a Comissão avalia que a situação no campo ainda é muito preocupante. Faltam políticas públicas para melhorar a vida de pequenos agricultores e de comunidades tradicionais.
G1
