
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a tarifa de 50% sobre qualquer produto exportado pelo Brasil para o referido país. Caso persista o tarifaço, autoridades e lideranças capixabas apontam para a redução da comercialização de produtos capixabas para o complexo café, celulose, pimenta-do-reino, gengibre, mamão, pescado, ovos e macadâmia, por exemplo.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli, considerou um absurdo com viés político desprovido de fundamentação técnica, econômica e comercial.
“Em 2024, a balança comercial entre os dois países foi favorável em US$ 7,4 bi para os EUA. Nesse sentido, não há lógica comercial de uma tarifa exagerada e universalizada. Num recorte do Agro, o Brasil exporta mais do que importa. Em nível regional, os EUA são um mercado importante para os produtos do agronegócio do Espírito Santo. No ano passado, foram mais de US$ 800 milhões exportados aos norte-americanos”, comentou o secretário.
No norte capixaba, o vice-prefeito e secretário de Municipal de Desenvolvimento Econômico de Linhares, Franco Fiorot, destacou que o município conta com produtos de grande relevância econômica, a exemplo do café, que são exportados diretamente para os EUA.
“No ano passado, 8 milhões de sacas de café foram exportados do ES. Em Linhares temos instaladas fábricas de café solúvel e cerca de 41% das exportações capixabas vão para os Estados Unidos. O mamão, apesar da União Europeia ser o principal mercado, os EUA é um mercado importante mercado: de janeiro a junho, o município exportou 1.400 toneladas de mamão, movimentando cerca de 2 milhões de dólares. Não sabemos os desdobramentos, mas a balança comercial entre os dois países é equilibrada e há espaço para negociações para que não haja impactos econômicos para o nosso Estado”, disse Fiorot.
Valda Ravani, Redação Campo Vivo