
Durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, o vice-prefeito de Linhares, Franco Fiorot, destacou o protagonismo do município na cadeia do cacau e manifestou preocupação com os possíveis impactos da Instrução Normativa nº 125, que autoriza a importação de amêndoas de cacau para o Brasil.
“Linhares talvez seja um dos poucos, se não o único município do país que tem um pé de cacau em seu brasão, tamanha representatividade que o fruto tem para a cidade. O município produz hoje 70% de todo o cacau do Espírito Santo”, afirmou Fiorot, pontuando que o setor produtivo capixaba está unido a ANPC – Associação Nacional dos Produtores de Cacau, para revisão desta IN que pode trazer riscos fitossanitários à cultura do cacau no país.
A normativa, publicada pelo Governo Federal, autorizou a importação do cacau da Costa do Marfim para as indústrias instaladas no Brasil, que alegam não haver produção suficiente para atender a capacidade de processamento do parque industrial nacional. A ANPC e instituições de pesquisa defendem a revogação desta Instrução Normativa pela forma como foi efetivada.
“A metodologia para elaboração desta IN nos parece muito frágil. Apenas uma técnica do Ministério da Agricultura esteve no país africano para avaliar os riscos fitossanitários e visitou uma cooperativa. Essa informação nos documentos oficiais mostra a fragilidade do processo para um tema importante”, afirma Fiorot.
O vice-prefeito de Linhares ainda destaca que o município é referência na produção e exportação de mamão, mas seguindo rigorosas auditorias reforçando a necessidade de equilíbrio entre as exigências para exportação e os critérios de importação.
“Defendemos o livre comércio, nesta dinâmica globalizada, mas para exportar nossos produtos temos que seguir rigorosos protocolos internacionais, com auditorias permanentes através de missões oficiais. E isso não temos visto neste tema da importação de cacau”, ressalta Franco Fiorot.
Na oportunidade, o vice-prefeito de Linhares fez um apelo pela proteção da produção nacional, relembrando os prejuízos causados por pragas e doenças no passado.
“A vassoura-de-bruxa dizimou nossa produção. Estamos em processo de retomada, fruto do esforço e sacrifício dos produtores que tem empregado tecnologia e investido na recuperação das lavouras. Não queremos ver outras pragas ou doenças impactando novamente nossa produção. Precisamos de atenção e ação a este tema”, conclui.
Redação Campo Vivo

