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Os contratos futuros internacionais do café encerraram a semana com leve queda, pressionados pelo avanço moderado do dólar comercial. Contudo, o suporte técnico seguiu intacto, o que acabou motivando uma recuperação, ontem, sinalizando inclinação positiva ao mercado.
Cotações foram pressionadas pelo avanço do dólar, principalmente na terça-feira. Preços, contudo, acumulam ganhos de 14% em 12 meses

Muitos agentes parecem não acreditar no desempenho atual das cotações, em especial do arábica, que acumula ganhos de quase 14% nos últimos 12 meses, mesmo diante de uma boa safra do Brasil, que está com a colheita em sua reta final, e do não registro de problemas climáticos em importantes produtores da América Central e na Colômbia.
Na Bolsa de NY, o vencimento dez/2020 encerrou o pregão de quinta-feira a US$ 1,317 por libra-peso, acumulando desvalorização de 230 pontos na comparação com a sexta-feira da semana passada. Na ICE Europe, o vencimento nov/2020 recuou US$ 21, sendo cotado a US$ 1.423 por tonelada.
É válido registrar que, conforme dados apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de café do Brasil somará 59,6 milhões de sacas. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), a projeção do órgão oficial do governo condiz com a realidade do campo e vem ao encontro do que a entidade defende há tempos, de que a safra cafeeira 2020 do país não será recorde e se situará próxima a 60 milhões de sacas (saiba mais).
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que a semana se encerra sem alterações no Sudeste, com predomínio de sol em quase toda a Região. A exceção fica para a faixa litorânea entre São Paulo e parte do Rio de Janeiro, onde pode haver aumento de nebulosidade e chuva fraca.
Já a respeito do câmbio, o dólar comercial acumulou valorização de 0,2% no acumulado da semana, encerrando a sessão de quinta-feira a R$ 5,32. O movimento foi puxado pelo desempenho de terça-feira (8), quando a divisa avançou acompanhando o cenário exterior, onde houve fuga de ativos de risco, correção de preços nas bolsas e desvalorização do petróleo.
No cenário interno, agentes consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que a safra 2020 do café arábica, cuja colheita está praticamente finalizada, teve boa qualidade. “Players indicam que há elevados aspecto e bebida e, quanto à peneira, está satisfatória”.
Em relação ao robusta, no Espírito Santo, produtores consultados pela instituição estão atentos ao clima, uma vez que chuvas regulares são necessárias nas próximas semanas para o pegamento das flores da safra 2021. Em Rondônia, o clima permanece seco e agentes aguardam o retorno das precipitações para a abertura da florada nos cafezais.
No mercado físico, o ritmo de negócios permanece lento, principalmente para o arábica, que tem boa parte da nova safra já comercializada. O indicador calculado pelo Cepea para a variedade teve declínio de 3,1% na semana, situando-se em R$ 587,04/saca. Para o robusta, o índice ficou em R$ 399,98/saca, com recuo de 0,2%.

CNC