Em palestra proferida na manhã desta terça-feira (28/08), durante a programação do Canasul 2007, o coordenador-geral de açúcar e álcool, do Departamento da Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Alexandre Betinardi Strapasson, detalhou alguns aspectos futuros do mercado sucroalcooleiro no Brasil.
Em síntese, ele afirmou que, em função do atual panorama energético mundial, com o decréscimo das reservas petróleo, aumento do consumo energético internacional e crescente preocupação com o que chamou de “mais grave problema ambiental do planeta” , as mudanças climáticas, o Brasil tem à sua frente um momento promissor, em termos de mercado para energias e combustíveis renováveis, por ser o país do mundo com melhores condições para gerar e produzir tais fontes energéticas, entre as quais o álcool feito a partir da cana-de-açúcar.
Mas alertou: ” O uso de determinada fonte de energia, seja ela qual for, passa por um planejamento estratégico. Mudar a matriz energética de um país não é uma coisa que acontece da noite para o dia, ainda mais porque o setor envolve questões de segurança. Isso significa que o setor sucroalcooleiro brasileiro precisa antes de tudo de planejamento para que possa atender à demanda mundial por alcool”.
Strapasson demonstrou o quanto a cana-de açúcar é competitiva em termos de volume produzido por hectare (6.500 l/ha) quando comparada, por exemplo, ao milho, fonte utilizada pelos Estados Unidos, atual campeão mundial na produção de etanol.Ele apontou ainda a padronização do produto, a comercialização em bolsas e a oferta por outros países para que o álcool possa a ser considerado uma commodity.
O coordenador encerrou sua apresentação descrevendo algumas ações do governo federal em prol do comércio do etanol, tanto interna quanto externamente. Entre elas estão: mais recursos a serem disponibilados pelo BNDES para o financiamento do setor sucroalcooleiro (cerca de R$4 a R$5 bilhões em 2008); imposto de exportação zero para açúcar e álcool; tributação reduzida para veículos flex fuel; promoção internacional do etanol (parcerias com os estados Unidos, União européia, Japão, etc); criação da Embrapa agroenergia, em Brasília (DF) para pesquisas e,m biodiesel e etanol; atuação junto à OMC (Organização Mundial do Comércio) para a ruptura de subsídios internacionais ao etanol, entre outras.
O evento é promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (FAMASUL), Governo do Estado de MS, Seprotur, Federação das Indústrias de MS (Fiems) e tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Prefeitura de Campo Grande, Banco do Brasil, Sebrae, Associação dos Criadores de MS (Acrissul), Mútua Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-MS) e Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiros no Mato Grosso do Sul, e conta com o patrocínio da John Deere, Infinity Bio-Energy, ZBN Indústria Mecânica Ltda., Eldorados e Nova América.
Sato Comunicação