Venda de máquina agrícola avança 49,2% em 2007

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Com o crescimento da demanda por commodities e o aumento dos preços desses produtos no mercado internacional, as vendas de máquinas agrícolas avançaram 49,2% em 2007 na comparação com o ano anterior e chegaram a 38,2 mil unidades.


No mês passado, as vendas de máquinas no mercado interno foram de 2.700 unidades, 60% a mais do que no mesmo mês do ano retrasado. No ano todo, a produção de máquinas foi de 65 mil máquinas, um número 41% maior do que o de 2006. Foram vendidos para outros países 27,1 mil unidades (alta de 20,9% em relação a 2006), num total US$ 13,1 bilhões, 8,7% a mais do que 2006.


Os números foram divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). “O mercado cresceu bastante, acima do que prevíamos. Houve uma recuperação da queda do mercado em 2005 e 2006”, afirma Milton Rego, vice-presidente da associação e diretor da CNH Latino-Americana.


Custos de produção elevados, preços baixos das mercadorias, dólar desvalorizado e queda na produção haviam feito de 2005 um dos piores para o setor agropecuário na década.


“Foram vários problemas ao mesmo tempo. Entre 2004 e 2005, houve apreciação do real em relação ao dólar e queda no preço das commodities. Os agricultores com grãos para exportação plantaram com um preço e depois esse foi lá para baixo. Foi uma safra que não se pagou”, analisa o executivo.


Ao longo de 2005, lembra Rego, o dólar continuou caindo. “Além disso, nesses anos houve seca no Sul do país e aumento da ferrugem no Centro-Oeste. A renda dos agricultores caiu muito, houve uma queda muito brusca, e os produtores não tiveram dinheiro para investir em maquinário”, afirma.


A recuperação começou no final de 2006. “Em 2007, acontece o grande crescimento do preço das commodities no mercado internacional, puxado pelo destino de 30% do milho dos Estados Unidos para a produção de álcool”, afirmou.


Além disso, destaca Rego, a demanda internacional cresceu. “Tudo isso aumentou a renda do agricultor e permitiu a ele voltar a fazer investimentos em maquinário. Hoje, a agricultura é uma atividade rentável em quase todo o país, o que não acontecia em 2005.”


De acordo com o executivo, o mercado de colheitadeiras ainda não se refez totalmente da crise. “É um mercado que está se recuperando, mas ainda está mais atrasado, principalmente no Centro-Oeste do país. Esperamos em 2008 uma continuidade dessa recuperação, com o setor crescendo, em média, 15%”, afirmou Rego.


No caso da produção de máquinas, a Anfavea espera um crescimento de 9,5% neste ano.


 


Folha de São Paulo

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