Produtores de café do norte do Espírito Santo estão preocupados com a próxima colheita. A seca prejudicou um dos momentos mais importantes da safra: a floração.
Este ano as flores vieram na hora certa, mas a chuva não. O norte do Espírito Santo sofreu uma seca de três meses.
A florada veio num momento em que os cafezais estavam desnutridos por causa da estiagem prolongada. Até as lavouras que têm irrigação sofreram com os efeitos da seca. Nessas condições o cafeeiro não consegue segurar as flores; isso é ruim porque altera o ciclo biológico da planta que, possivelmente, vai soltar uma nova florada.
Esse descompasso na florada vai causar problemas lá na frente, no período de maturação dos grãos. “O que acontece é que quando caem todas as flores da primeira florada o café lança uma nova florada depois, e se cair de novo ele lança uma terceira, quarta florada. Aí ocorre uma falta de uniformidade de maturação e uma conseqüente queda de produtividade do café”, explica o agrônomo César Fanton.
Na lavoura do agricultor Marcilei Rampinelli a situação não é diferente – a florada está desigual. Os cafeeiros estão na segunda floração. “Já deu uma fraca antes, agora deu outra floração por causa da chuvinha que caiu, e provavelmente nos próximos 30 ou 40 dias virá outra”, prevê Marcilei.
Globo Rural