Preço do feijão teve valorização no varejo

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O feijão, um dos principais itens da cesta básica no Brasil, já que compõem o prato tradicional da culinária brasileira, está virando artigo de luxo. E o motivo é um só: o preço, que nos últimos 45 dias foi às alturas. Nesse período, o quilo do feijão mais comum, o “carioquinha”, por exemplo, passou de R$ 2,50, para R$ 6,00 nas bancas do Mercado Municipal de Campinas.

Os preços foram constatados pela reportagem da Agência Anhangüera de Notícias (AAN), que percorreu algumas bancas especializadas em grãos esta semana, e pela pesquisa de preços de produtos da cesta básica na cidade, que mensalmente mede as variações de valores dos 13 itens de alimentação do campineiro.

De acordo com o professor da Faculdade de Economia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Cândido Ferreira da Silva Filho, coordenador da pesquisa de cesta básica, em novembro o produto já tinha subido quase 100% em relação ao meio do ano e chegou a R$ 3,62 o quilo, na média do mercado. “Mas em dezembro continuou subindo por conta da escassez do produto no mercado”, calcula.

O problema é sazonal e pode ser resolvido com a nova safra. Mas por enquanto a tendência é de manutenção do preço em alta. “No primeiro semestre o quilo chegou a ser vendido por R$ 1,50. E o produtor ficou desestimulado a plantar e não ter lucro. Aliado aos problemas climáticos, a safra foi insuficiente e não há produto suficiente”, diz.

Na opinião do professor, as especulações surgem por falta de uma política de estoque regulador. “O governo poderia retirar o produto do mercado para fazer estoque durante a safra. Assim o produtor também teria um preço melhor para vender. E nos momentos de entressafra liberaria os estoques para regular a oferta. Mas do jeito que está, é a população que paga tendo que comprar o feijão por um preço mais alto”.

Em novembro a cesta básica em Campinas foi adquirida por R$ 180,63, um aumento de 6,37% em relação a outubro, quando os itens de alimentação eram adquiridos por R$ 169,82. Em comparação com o mês de janeiro, o aumento foi de 7,25%.

De janeiro a novembro o feijão subiu 101,11% em Campinas. Outro produto que subiu bastante foi a batata, que teve um reajuste de 129,67% no ano. Porém o produto têm menor peso no valor total da cesta básica. A carne, que possui um peso maior, subiu 10,36%.

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o feijão teve aumento de 79,78% entre junho e novembro, atingindo o maior pico de alta desde a criação do Plano Real, em 1994.

O funcionário do Box 124 do Mercado Municipal, Rodrigo Abílio, a população reclama quando vê o preço do produto, mas não deixa de comprar. “Quem é acostumado não fica sem”, conta.

Mesmo com a redução da safra, Abílio diz que está recebendo o produto regularmente. Somente a variedade tipo “mulatinho” é que está em falta. “Procuramos em todo lugar e não encontramos”.

O funcionário Marcos Antonio Ribeiro, do Box 125, reforça o comentário. “É o que o povo mais reclama de preço. Também, o preço disparou neste final de ano e não tem como não reclamar”.


 


 


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