Venda de carne à Rússia só será retomada em um mês

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O comércio de carnes entre Brasil e Rússia começará a ser efetivamente restabelecido somente a partir de meados de janeiro, informou ontem o Ministério da Agricultura. A retomada das vendas, anunciada em 23 de novembro pelo ministro Reinhold Stephanes, não será automática. Todos os frigoríficos interessados em exportar carnes para a Rússia terão que passar por um extenso processo de reabilitação de suas plantas industriais. Apenas os Estados foram reabilitados em novembro – Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Amazonas e sul do Pará.


 


O ministério informou que, após a assinatura de um acordo bilateral “entre 16 e 20 de janeiro”, as vendas serão restabelecidas depois da elaboração de uma lista prévia de estabelecimentos “com os quais há perspectivas de comércio”. A relação será feita, de maneira unilateral, pela Associação Nacional de Empresas Importadoras de Carnes da Rússia.


 


Depois desse levantamento prévio, a relação será encaminhada à Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério, “que tomará as medidas necessárias ao cumprimento das exigências da legislação russa”. Entre as exigências, estão a embalagem individual de todos os cortes; o envio das carnes diretamente para entrepostos, e não mais para outras plantas das mesmas empresas; a emissão de um certificado internacional em papel moeda e com progressiva adoção de registros eletrônicos das cargas.


 


Estão “automaticamente” autorizadas a vender ao mercado russo somente as unidades frigoríficas habilitadas depois do embargo aplicado ao Brasil pela Rússia em outubro de 2005.


 


Na terceira etapa do acordo, o serviço veterinário russo fará vistorias nos frigoríficos brasileiros para “verificar a adoção dos novos procedimentos”. “É um acordo bem unilateral porque eles definem o que querem e cabe a nós adequar os requisitos”, admitiu o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, que negociou o novo acordo com seu colega russo, Sergei Dankvert em três ocasiões. “É claro que tudo será baseado em critérios técnicos. Mas para preservar esse mercado temos que nos adequar. Cada vez mais temos que estar em conformidade. Ou então ficará difícil exportar”.


 


Antes do embargo de 2005, o Brasil tinha 193 plantas e 31 entrepostos autorizados a exportar carnes para a Rússia – 75 unidades de aves, 76 de bovinos e 42 de suínos, segundo Kroetz. Hoje, somadas todas as plantas habilitadas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e São Paulo, há pouco mais de 40 unidades autorizadas a vender para o mercado russo. Na semana passada, a Rússia enviou a sugestão para a habilitação de outros seis frigoríficos.


 


Pelo novo acordo bilateral, segundo Kroetz, a partir de 1º de dezembro de 2008, os veterinários russos deixarão de fiscalizar as cargas em portos brasileiros. A auditoria passará a ser feita pelos fiscais russos somente no destino.


 


Valor Econômico

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