Estudo mostra que hidrovia tem frete oito vezes menor

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O uso da hidrovia para transportar álcool combustível de São Paulo poderia proporcionar às usinas economia de até oito vezes em relação ao modo rodoviário, segundo estudo dos engenheiros Newton Narciso Pereira e Hernani Luiz Brinati, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).


 


Segundo os pesquisadores, considerando-se que o comboio fluvial tem capacidade para transportar 4100 toneladas de álcool enquanto um caminhão-tanque transporta apenas 16 toneladas do produto, esta movimentação entre a refinaria de Paulínia e Presidente Epitácio (SP), num trajeto ida e volta, feito por 18 caminhões (cada um fazendo 13 viagens) tem um custo anual de R$ 29,5 milhões, enquanto que por hidrovia o frete é de R$ 3,56 milhões.


 


Na rota de Araçatuba, o custo de frete de 20 caminhões (cada um fazendo 12 viagens) é de R$ 33,4 milhões. O custo do frete fluvial para o mesmo volume é de R$ 4,5 milhões. Até Jaú 22 caminhões (11 viagens cada) cobram frete de R$ 39,4 milhões e comboio R$ 8,34 milhões. Já na rota São Simão (GO) o frete gasto com 21 caminhões (cada um cumprindo 12 viagens) é de R$ 33 milhões e por comboio o custo é de R$ 3,98 milhões, mostra o estudo dos engenheiros da USP.


 


Além disso, ainda tem o impacto ambiental provocado pelo transporte rodoviário”, destacou Pereira.


 


“Mas, para que o transporte fluvial pela hidrovia Tietê-Paraná se torne viável é preciso que sejam instalados terminais distribuidores em São Simão (GO) e nas cidades paulistas de Presidente Epitácio, Araçatuba e Jaú, o que demandará investimentos estimados de R$ 365 milhões”, diz Pereira.


 


Essas quatro rotas teriam um terminal receptor em Conchas (SP), de onde o álcool seria transportado por duto até a refinaria de Paulínia, que seguiria para os portos de São Sebastião (SP) e Ilha Grande (RJ). O engenheiro ressalta que essas rotas estão localizadas nas regiões de maior produtivide de álcool e têm fácil acesso à hidrovia. “A vantagem é que na ida o comboio levaria álcool e na volta derivados de petróleo”.


 


Os engenheiros destacam em seus estudos que o Brasil produz cerca de 17 bilhões de litros de etanol por ano, o que representa 39,12% dos 45,4 bilhões de litros de etanol usados como combustível no mundo. Do volume total, o estado de São Paulo é responsável pela produção de 10 bilhões de litros de etanol.


 


 


Gazeta Mercantil


 


 


 


 

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