Resíduos do pescado podem gerar receita

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Dentre as atividades que compõem a cadeia produtiva do peixe, a industrialização do pescado precisa ser vista como uma ação integrante, que participa desde a produção do peixe ao seu consumo final. Uma produção estruturada exige uma industrialização acertada, que atenda aos anseios do mercado consumidor.


 


Para a industrialização, há diversos pontos a serem observados como a estrutura do corpo e dos músculos do pescado, a composição química dos mesmos e o rendimento da parte comestível, que serão processados com métodos que dependem das disponibilidades tecnológicas, espécie e tamanho do peixe, assim como, dos aspectos econômicos e comerciais.

Ainda na fase de industrialização está o aproveitamento dos resíduos do pescado, que segundo Marília Oetter, professora do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ/USP, para que as empresas processadoras possam funcionar dentro das conformidades estabelecidas em lei, elas precisam dar um destino para todo o material que sobra da manipulação da matéria-prima. “O conceito de empresa ‘limpa’ já está consolidado, e particularmente, no caso do pescado, esse resíduo é de grande volume e composto por substâncias de alto valor nutritivo, além de serem úteis para outros fins”, ressalta Marília.

A professora da USP destaca que “o piscicultor ao aproveitar o resíduo para transformá-lo em um subproduto com valor comercial estará, conseqüentemente, tendo um aumento de receita”. Oetter enfatiza também que “uma vez reciclado há maior aproveitamento, no qual os resíduos são otimizados antes de se tornarem uma única biomassa sem diferenciação e vão sendo destinados a fins mais nobres”.

Atualmente, Marília explica, que “as técnicas de aproveitamento utilizadas nas pesquisas se concentram na elaboração de silagem, que são destinadas a comporem rações para peixes”.

O aproveitamento dos resíduos sob a forma de silagem apresenta várias vantagens, pois este processo simples, não exige mão-de-obra especializada, pode ser feito em pequena escala e os custos com equipamentos e energia são baixos, além de minimizar o impacto ao ambiente.

A professora Marília Oetter abordará esses assuntos durante o I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce, que acontece de 28 a 31 de agosto, em Dourados-MS, na Embrapa Agropecuária Oeste, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Congresso – o I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e o 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul são promovidos pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR), Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio) e pela Embrapa, com realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) e Embrapa Pantanal (Corumbá).

As parcerias ficam por conta do Ministério do Meio Ambiente, Superintendência Federal de Agricultura, governo do Estado de Mato Grosso do Sul, prefeitura municipal de Dourados, Câmara Setorial de Piscicultura/MS, Itaipu Nacional, Agraer, Sebrae, CNPq, UFGD, UEMS, Uniderp, Unigran, Mar e Terra, Douramix, MS Peixe e demais instituições de apoio.


 


 


 


Embrapa Agropecuária Oeste

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