Dados meteorológicos prevêem que o último trimestre de 2007 terá menos chuvas do que a média histórica. Por isso, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca (Seag) e seu órgão vinculado, o Instituto de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), adotaram medidas emergenciais de curto prazo para enfrentar a seca.
Nos meses de outubro, novembro e dezembro ocorre um aumento gradual das chuvas no Espírito Santo, um sinal de que a situação da seca pode começar a melhorar. Mas os produtores e pecuaristas do Estado terão que esperar um pouco mais, já que de acordo com os meteorologistas, para este ano as precipitações devem sofrer ligeiro atraso, ocorrendo a partir do final deste mês e início de novembro, principalmente no Sul do Estado.
Entre as ações a serem adotadas, destaque para o prolongamento de dívidas de crédito rural para os produtores afetados pela seca. Para isso, o Incaper fará um laudo técnico da propriedade; acompanhamento sistemático da situação no Estado, por meio do Sistema de Informações Agrometeorológicas (Siag) e às prefeituras cabe distribuir o suprimento de cana para a alimentação bovina.
“A Secretaria da Agricultura adotou medidas para amenizar o problema instalado. É fundamental que os agricultores sigam as orientações técnicas para evitar essas perdas no futuro. Manter na propriedade reservas alternativas de alimentação para os animais faz parte do planejamento da atividade. O Governo do Estado é parceiro dos agricultores familiares e basta recorrer a uma unidade do Incaper para receber informação e assistência técnica especializada”, destaca o secretário de Agricultura César Colnago.
Também foram estabelecidas estruturas preventivas: crédito direcionado para a formação de capineiras de cana irrigada (pelo menos 1 ha); ampliação da área com cana nas fazendas do Incaper para fornecimento de mudas aos produtores; formação de banco de produção de mudas de cana junto às cooperativas (Seag repassa a cana planta); campanha sobre alimentação no período seco; mecanização agrícola – água e preparo de solo – investimentos de cerca de R$ 38,5 milhões em equipamentos agrícolas nos últimos quatro anos e outros R$ 4 milhões sendo aplicados em municípios como Atílio Vivácqua, Alegre, Muniz Freire, Laranja da Terra, Apiacá, Iconha e Marataízes.
Na pecuária, os efeitos da seca são os mais graves. Até o momento houve redução de 42 mil litros de leite por dia somente na cooperativa Selita, em Cachoeiro de Itapemirim, e a morte de 800 cabeças de gado na região sul/quente. Deste número, Presidente Kennedy concentra 600 registros. Embora as chuvas tenham voltado em quase todo o Estado, com exceção de Alegre, onde não chove há mais de 60 dias, o total ainda é pequeno para resolver o problema da seca, pois o solo está muito seco e o acumulado é muito pequeno.
Caracterização da seca
Com base nas informações fornecidas pelo Siag, é possível observar que a situação é diferente nas regiões do Espírito Santo. No Norte, de maio a setembro choveu 48% menos do que deveria; em Mucurici o índice é de 75%, enquanto que em Sooretama, Linhares e Itarana está entre 50 e 60%; no Sul, no mesmo período o registro é de 66% menos chuvas; e o Litoral Norte está com o índice próximo à média histórica. Na Região Central Serrana, o déficit está em torno de 70%, porém Venda Nova do Imigrante é o município mais prejudicado com 80% a menos.
Quanto à seca do clima (climatológica) e a do solo (pedológica), há uma potencialização dos efeitos, necessidade de conservação de solos e manejo correto de pastagens.
Decretaram situação de emergência os municípios de Presidente Kennedy, Itapemirim, Jerônimo Monteiro (em procedimento), Vargem Alta e Cachoeiro de Itapemirim (fez notificação à Defesa Civil). Além disso, as três primeiras prefeituras citadas e também as de Mimoso do Sul e Atílio Vivácqua estão com ações emergenciais em desenvolvimento.
Para lidar com a situação é importante que os produtores e pecuaristas busquem orientação e assistência técnica do Incaper, nos escritórios locais presentes em todos os municípios capixabas.
Gerência de Informação e Análise – Seag