Euforia com etanol deve trazer excedente de produção

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A euforia de investimentos em etanol no Brasil deve trazer um excedente de 6 bilhões de litros do combustível na safra 2012/2013, se todos os 86 projetos de novas usinas e a ampliação de parte das existentes forem concretizados, com investimentos previstos de US$ 17 bilhões.


 


A estimativa é da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), principal entidade do setor sucroalcooleiro. O volume excedente de álcool nas destilarias será, se concretizadas as previsões, 60 vezes maior que o estoque de passagem da safra 2006/2007 para a atual, de 100 milhões de litros.

No entanto, nem mesmo a Unica acredita que essa estimativa possa se efetivar e já fala até mesmo num arrefecimento na expansão do parque industrial, com a persistência do atual cenário de preço baixo e mercado externo estabilizado para o combustível.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da entidade, acredita que “apenas 53 ou 54 dos novos projetos sejam concretizados” até 2009/2010 e que os outros investimentos só ocorreriam se o cenário melhorar. “A expansão deve ser menor e as encomendas de equipamentos para a produção de álcool já diminuíram. Não será possível uma produção como essa prevista se o mercado ficar estável”, disse o executivo.

Os números da projeção Unica apontam que a produção de álcool, daqui a cinco safras, poderá ser de 38 bilhões de litros, para um consumo de 32 bilhões de litros. Desse total consumido em 2012/2013, 26,5 bilhões de litros seriam para o mercado interno e 5,5 bilhões exportados. Na safra passada a produção total somou 17,7 bilhões de litros, a demanda interna atingiu 14 bilhões de litros e as exportações somaram 3,6 bilhões de litros do combustível.

O diretor técnico da Unica acredita que as saídas para escoar o excedente previsto de 6 bilhões de litros, e assim viabilizar todos os investimentos previstos, viriam da expansão da demanda interna e externa. O crescimento do mercado interno ocorreria, de acordo com ele, com o aumento do consumo por meio da expansão da frota e do uso de álcool nos veículos flex fuel, bem como uma isonomia do ICMS entre os estados. “Hoje não compensa vender álcool fora dos estados produtores com os custos do frete e o pagamento do ICMS maior”, disse. “Já o mercado externo tem de ser criado com muito trabalho”, completou.

A perspectiva de recuo nos investimentos não deve atingir somente as vendas externas, mas também a participação estrangeira no mercado sucroalcooleiro do País, principalmente porque a maioria do destino dos recursos externos é voltada para a produção do etanol. Na safra 2006/2007, os estrangeiros detinham 18 unidades sucroalcooleiras, que processavam 27,7 milhões de toneladas de cana, ou 6,3% do total. Já para 2012/2013, a previsão é de que 27 usinas e destilarias não sejam brasileiras, com um processamento de 70 milhões de toneladas de cana e 9,6% do total estimado para a moagem.

Se concretizadas, as previsões da Unica para daqui a cinco safras apontam para uma crescente mudança no cenário de destino da cana-de-açúcar enviada ao processamento. Enquanto na safra passada o mix ficou praticamente igual para a produção de açúcar e álcool, em 2012/2013 a produção de álcool deverá consumir 61,88% e a de açúcar 38,12% da cana moída.

No Centro-Sul, onde se localizam os novos investimentos, a produção de álcool deverá responder por 63,52% da cana processada. Os números apontam para um aumento de 6,3 milhões de hectares para 10,3 milhões de hectares na área cultivada com cana-de-açúcar no País, caso todas as unidades previstas sejam construídas. Prevê ainda uma oferta de cana de 727,8 milhões de toneladas de cana, ante às 425,4 milhões de toneladas moídas na safra 2006/2007.


 


Agência Estado

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A euforia de investimentos em etanol no Brasil deve trazer um excedente de 6 bilhões de litros do combustível na safra 2012/2013, se todos os 86 projetos de novas usinas e a ampliação de parte das existentes forem concretizados, com investimentos previstos de US$ 17 bilhões.

A estimativa é da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), principal entidade do setor sucroalcooleiro. O volume excedente de álcool nas destilarias será, se concretizadas as previsões, 60 vezes maior que o estoque de passagem da safra 2006/2007 para a atual, de 100 milhões de litros.

No entanto, nem mesmo a Unica acredita que essa estimativa possa se efetivar e já fala até mesmo num arrefecimento na expansão do parque industrial, com a persistência do atual cenário de preço baixo e mercado externo estabilizado para o combustível.

Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da entidade, acredita que “apenas 53 ou 54 dos novos projetos sejam concretizados” até 2009/2010 e que os outros investimentos só ocorreriam se o cenário melhorar. “A expansão deve ser menor e as encomendas de equipamentos para a produção de álcool já diminuíram. Não será possível uma produção como essa prevista se o mercado ficar estável”, disse o executivo.

Os números da projeção Unica apontam que a produção de álcool, daqui a cinco safras, poderá ser de 38 bilhões de litros, para um consumo de 32 bilhões de litros. Desse total consumido em 2012/2013, 26,5 bilhões de litros seriam para o mercado interno e 5,5 bilhões exportados. Na safra passada a produção total somou 17,7 bilhões de litros, a demanda interna atingiu 14 bilhões de litros e as exportações somaram 3,6 bilhões de litros do combustível.

O diretor técnico da Unica acredita que as saídas para escoar o excedente previsto de 6 bilhões de litros, e assim viabilizar todos os investimentos previstos, viriam da expansão da demanda interna e externa. O crescimento do mercado interno ocorreria, de acordo com ele, com o aumento do consumo por meio da expansão da frota e do uso de álcool nos veículos flex fuel, bem como uma isonomia do ICMS entre os estados. “Hoje não compensa vender álcool fora dos estados produtores com os custos do frete e o pagamento do ICMS maior”, disse. “Já o mercado externo tem de ser criado com muito trabalho”, completou.

A perspectiva de recuo nos investimentos não deve atingir somente as vendas externas, mas também a participação estrangeira no mercado sucroalcooleiro do País, principalmente porque a maioria do destino dos recursos externos é voltada para a produção do etanol. Na safra 2006/2007, os estrangeiros detinham 18 unidades sucroalcooleiras, que processavam 27,7 milhões de toneladas de cana, ou 6,3% do total. Já para 2012/2013, a previsão é de que 27 usinas e destilarias não sejam brasileiras, com um processamento de 70 milhões de toneladas de cana e 9,6% do total estimado para a moagem.

Se concretizadas, as previsões da Unica para daqui a cinco safras apontam para uma crescente mudança no cenário de destino da cana-de-açúcar enviada ao processamento. Enquanto na safra passada o mix ficou praticamente igual para a produção de açúcar e álcool, em 2012/2013 a produção de álcool deverá consumir 61,88% e a de açúcar 38,12% da cana moída.

No Centro-Sul, onde se localizam os novos investimentos, a produção de álcool deverá responder por 63,52% da cana processada. Os números apontam para um aumento de 6,3 milhões de hectares para 10,3 milhões de hectares na área cultivada com cana-de-açúcar no País, caso todas as unidades previstas sejam construídas. Prevê ainda uma oferta de cana de 727,8 milhões de toneladas de cana, ante às 425,4 milhões de toneladas moídas na safra 2006/2007.


 


 


 


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