OMC recebe com cautela oferta dos EUA sobre agricultura

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Diplomatas deram uma resposta cautelosa na sexta-feira à oferta dos Estados Unidos de reduzir o teto de seus subsídios à agricultura, mas o mediador das negociações agrícolas da Organização Mundial de Comércio (OMC) afirmou que vê um progresso importante. “Há negociações reais acontecendo”, disse o embaixador da Nova Zelândia na OMC, Crawford Falconer, que preside as negociações agrícolas.

Falconer disse a repórteres que está “razoavelmente confiante” que outras forças vão se ajustar às variações de subsídios e cortes de tarifas que ele propôs em um texto em julho, após a indicação de Washington de que faria isso nesta semana. “Eles estão discutindo sobre o que daria certo”, disse ele. Os negociadores têm se concentrado na agricultura desde o início de setembro, quando as negociações foram retomadas em Genebra após uma pausa de um mês durante a qual diplomatas avaliaram propostas de Falconer.

Diplomatas afirmaram que a mudança de posição dos EUA sobre a agricultura pode garantir avanços em outras áreas delicadas das negociações, incluindo bens industriais. As negociações nesta área, conhecida no jargão comercial como “acesso ao mercado não-agrícola”, recomeçaram na OMC nesta semana. “Todo sinal de progresso na agricultura será também um passo positivo para avançar em outras áreas”, disse Eckart Guth, embaixador da União Européia na OMC.

“O progresso na agricultura também deve levar a progresso em outras áreas”. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que o pacto global conhecido como Rodada de Doha, lançado em 2001 para melhorar o comércio internacional e ajudar países mais pobres, está em um estágio decisivo. Negociadores esperam por algo decisivo até o final do ano, antes que a campanha eleitoral nos EUA dificulte qualquer acordo politicamente.

As negociações agrícolas ganharam um impulso nesta semana, quando os EUA concordaram pela primeira vez em fixar seus subsídios agrícolas em uma variação proposta por Falconer. Essa oferta depende de outros países também aceitarem as variações sugeridas no texto de julho, por exemplo em tarifas. “Não rejeitamos o texto. Sempre dissemos que o texto é uma boa base para as negociações”, foi o mais longe que o embaixador da Índia na OMC, Ujal Singh Bhatia, chegou.

O embaixador do Japão, Ichiro Fujisaki afirmou que Tóquio não concordou com nenhum número sobre o comércio agrícola. “Incluindo as variações, nunca dissemos que é aceitável”, disse Fujisaki a repórteres. As negociações agrícolas vão ser interrompidas por duas semanas agora, já que os países trabalham juntos em pequenos grupos, e os delegados consultam seus governos. Elas voltarão a se reunir por duas semanas a partir de 8 de outubro, quando as negociações industriais abordarão questões substantivas.


 


 


Reuters

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