Pescadores de Regência e Povoação, indígenas de Aracruz e produtores rurais de Linhares visitaram na tarde desta quinta-feira (28), a comunidade quilombola Espírito Santo, em São Mateus, para conhecer o Projeto ‘Peixe na Mesa, Planta na Mata’, que integra ações de criação de peixes ao cultivo de hortaliças. O grupo foi acompanhado por profissionais da Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seag), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e do Projeto Tamar.
A visita tinha como principal objetivo apresentar aos pescadores como o projeto pode ser uma alternativa de renda, já que a pesca na foz do Rio Doce está proibida, desde o rompimento da barragem da mineradora Samarco. A ideia da Seag é também implantar o programa em Regência.
Escrito em 2014 pelo coordenador de Aquicultura e Pesca da Seag, Alejandro Garcia, o projeto consiste em um sistema que reaproveita a água dos viveiros, de peixes e camarões de água doce, para a irrigação de hortaliças plantadas a volta dos mesmos. Segundo Garcia, na comunidade Espírito Santo, o projeto teve sucesso por gerar renda extra aos participantes e por conscientizar produtores sobre a importância da preservação do meio ambiente.
“Desde que o projeto começou houve uma diversificação da produtividade dentro da comunidade. Isto porque, antes, os moradores viviam somente da pesca, da mandioca, do café e da pimenta-do-reino. Atualmente, com o projeto, eles produzem peixes, como Lambari e Robalo, e camarões de água doce, cultivam hortaliças e também plantam mudas de árvores nativas da região”, destacou Garcia.
Além desses benefícios, o coordenador também ressaltou que jovens que haviam saído do campo, em busca de oportunidades no meio urbano, têm retornado para a comunidade a fim de trabalhar nas ações do projeto. “O programa é muito atrativo, pois envolve a recuperação de áreas degradadas, energia solar, aquicultura e outros assuntos que chamam a atenção dos jovens. Eles conseguem ficar perto das famílias e fazerem o que gostam, sem terem que trabalhar de modo tão pesado e ganhando mais do que ganhariam na cidade”.
Daniel Simões