O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas, com aproximadamente 43 milhões de toneladas. Desse total, 3% são destinados às exportações e o restante para consumo interno. Mas, apesar do brasileiro consumir 57 kg per capita/ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 400 gramas ou 120 kg per capita/ano. Para mudar esse cenário, a cadeia produtiva de frutas, legumes e verduras se uniu para desenvolver campanha nacional de promoção ao consumo desses alimentos, visando uma aumento de pelo menos 15%.
O assunto foi debatido, nessa quinta-feira, (17/03), durante a reunião conjunta da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Fruticultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Os representantes dos dois colegiados atribuem a pouca ingestão de frutas no país aos maus hábitos alimentares, à falta de informação e aos altos custos. “O setor está preocupado, pois apenas 50 milhões de pessoas, ou seja, 25% da população ingere a quantidade recomendada pela OMS”, disse o assessor técnico da Comissão, Eduardo Brandão.
Brandão lembrou que o setor precisa restabelecer a confiança do consumidor brasileiro, por meio de ações de marketing, para lembrar os efeitos benéficos dos produtos, que são essenciais para a saúde e bem-estar físico. “A ideia é formar um grupo de trabalho para criar propostas e alternativas de incentivo ao consumo desses alimentos que oferecem tipos e preços diferenciados disponíveis no mercado”.
Os representantes também anunciaram medida do Ministério da Agricultura, em projeto de lei que determinará a inspeção federal de produtos de origem vegetal. A medida vai criar o selo de qualidade na origem e não apenas no alimento final que chega ao consumidor. De acordo com o presidente da Câmara Setorial, Luiz Roberto Barcelos, hoje o Mapa fiscaliza apenas a qualidade do alimento já ofertado ao consumidor e não a forma como ele é produzido, diferentemente dos produtos de origem animal. “Com esse projeto, os vegetais terão o símbolo Serviço de Inspeção Federal (SIF) garantido”, afirmou Barcelos.
Sanidade – Sobre outra questão sanitária, os membros citaram o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-Frutas (PNMF) que prevê um investimento de R$ 128 milhões, até 2018, em pelo menos dez Estados brasileiros. O objetivo do programa é reduzir as pragas de importância coletiva e aumentar a viabilidade dos investimentos na produção de frutas. “Apesar do programa ainda não ter dado resultados, ele é de extrema importância para melhorar o status fitossanitário do Brasil, permitindo a abertura de mercados mais exigentes e aumentando a participação nas exportações de frutas no mundo”, concluiu o assessor técnico da CNA.