Depois de apresentarem ritmo forte de crescimento por vários anos, as exportações brasileiras de carne bovina interromperam este ciclo e apresentaram queda em 2015, retornando ao mesmo patamar da receita obtida em 2012, segundo informações do Secex do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compiladas pela Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO). No total, o país comercializou 1,361 milhão toneladas do produto no ano passado, obtendo uma receita de US$ 5,79 bilhões o que significou uma queda de 12% em volume e de 19% na receita.
Em 2014, as vendas superaram a 1,540 milhão de toneladas e a receita atingiu a US$ 7,1 bilhões. Em 2013, a receita chegou a US$ 6,6 bilhões e em 2012 foi de US$ 5,77 bilhões. O Brasil abate perto de 40 milhões de bois anualmente e exporta aproximadamente de 20% de sua produção total de carne bovina.
Para 2016, a ABRAFRIGO acredita que a receita e o volume devem crescer, mas devido às condições do mercado internacional onde, segundo a FAO, as principais commodities deverão manter seu consumo e preços baixos, a recuperação vira da reabertura e da conquista de novos mercados. “ O Brasil está fez um esforço imenso para reabrir mercados tradicionais e novos em 2015 que deve resultar em crescimento das exportações em 2016. Exemplo disso foram os Estados Unidos, China e Arábia Saudita que só agora irão iniciar ou ampliar suas aquisições da carne bovina brasileira”, disse Péricles Salazar, Presidente Executivo da ABRAFRIGO.
Entre os principais clientes do Brasil, as maiores quedas no volume de compras foram da Venezuela (-44%), Rússia ( -43%), Hong Kong (-32%). Já os países que apresentaram crescimento expressivo nas suas importações foram o Irã (59%) e o Egito (18%). No total, o país registrou queda nas exportações para 88 países enquanto que outros 63 aumentaram suas compras. A China continua sendo o maior cliente do produto brasileiros e paulatinamente está substituindo suas importações via Hong Kong pelas compras diretas. Em 2015 aquele pais importou, via Hong Kong, 263.846 toneladas com uma receita de US$ 975 milhões enquanto que a importação direta já somou 97.534 toneladas com receita de US$ 476 milhões.