ARTIGO – “Sobre turbidez, cor e índice de qualidade das águas”

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ARTIGO – “Sobre turbidez, cor e índice  de qualidade das águas”

 

Ø  O Índice de Qualidade das Águas foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation.

Ø  A partir de 1975 começou a ser utilizado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo);

Ø  Nas décadas seguintes, outros Estados brasileiros adotaram o IQA, que é hoje o principal índice de qualidade da água utilizado no país;

Ø  O IQA é composto por nove parâmetros, com seus respectivos pesos (w) que foram fixados em função da sua importância para a conformação global da qualidade da água, onde o parâmetro de maior peso é o Oxigênio dissolvido (peso 0,17) seguido dos Coliformes fecais termotolerantes (peso 0,15), Potencial Hidrogeniônico – pH (peso 0,12) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (peso 0,10);

Ø  O parâmetro Turbidez ocupa a penúltima colocação em peso juntamente com Resíduos totais presentes na água (peso 0,8);

Ø  Dois parâmetros importantes, a Cor e a Turbidez são indicadores da qualidade da água podendo ou não estar relacionados;

Ø  Cor é geralmente um indicador da presença de metais ( Fe, Mn), húmus (matéria orgânica) oriunda da degradação de matéria de origem vegetal), plâncton 9conjunto de plantas e animais microscópicos em suspensão nas águas), dentre outras substâncias dissolvidas na água. Já a turbidez, é uma medida do espalhamento de luz produzido pela presença de partículas coloidais ou em suspensão;

Ø  Cor é um indicador da presença de matéria inorgânica (Fe , Mn) e/ou orgânica (húmus, plâncton) dissolvida na água (cor é transparente);

Ø  Turbidez refere-se ao grau de espalhamento dos comprimentos de onda devido à presença de partículas em suspensão na água. Turbidez é opaco;

Ø  Embora a turbidez não seja necessariamente prejudicial, o seu controle é importante, pois uma água turva é mais propícia a contaminação devido ao fato dela prejudicar a ação dos agentes desinfetantes (cloro por exemplo);

Ø  Turbidez é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água, conferindo uma aparência turva à mesma;

Ø  Quanto maior o espalhamento, maior será a turbidez;

Ø  A cor da água e as partículas de carbono, interferem na medida da turbidez devido às suas propriedades de absorverem a luz;

Ø  Amostras devem ser analisadas logo após a coleta (que deve ser feita em recipiente de vidro ou de PVC bem limpos), pois a turbidez pode mudar se a amostra for armazenada por um certo tempo;

Ø  As principais causas da turbidez da água são: presença de matérias sólidas em suspensão (silte, argila, sílica, colóides), matéria orgânica e inorgânica finamente divididas, organismos microscópicos e algas;

Ø  A origem desses materiais pode ser o solo, a mineração, as indústrias ou o esgoto doméstico (sem tratamento);

Ø  Há que se distinguir entre matéria suspensa ou sedimento, que precipita rapidamente, daquela que se precipita vagarosamente e que provoca a turbidez;

 

Ø  A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície em valores elevados (até 2.000 mg/L de SiO2), porém variável em função dos ventos e das ondas;

Ø  A turbidez, além de reduzir a penetração da luz solar na coluna d’água, prejudicando a fotossíntese das algas e plantas aquáticas submersas, pode recobrir os ovos dos peixes e os invertebrados bênticos (que vivem no fundo);

Ø  Os sedimentos em suspensão podem carrear nutrientes e pesticidas, obstruindo as guelras dos peixes, e até interferir na habilidade do peixe em se alimentar e se defender dos seus predadores;

Ø  Há uma tendência do pH da água decrescer, com o distanciamento da fonte poluidora, isto porque a matéria orgânica em suspensão é diluída pela ação das ondas, marés e correntes.

Ø  Assim sendo, a alta turbidez da água reduz a fotossíntese das algas e esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, comprometer a ictiofauna, e de certa forma influenciar a alimentação dos bivalves (organismos filtradores) e outras espécies de pescado, em especial para as águas costeiras (águas salinas).

 

 

Honório Carlos Seraphim

Engenheiro Agrônomo CREA_ES 4316-D

Especialista em Fertilidade e Manejo de Solos – UFV

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