Água do Rio Doce em Linhares está imprópria para consumo, irrigação e abastecimento animal, diz Prefeitura

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A Prefeitura de Linhares divulgou em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (25) que a água do Rio Doce no município está imprópria para o consumo, irrigação e abastecimento animal de acordo com análises encomendadas pela administração municipal ao Laboratório Tommasi Analítica, em Vitória. As amostras são referentes a coletas realizadas nos dias 19, 21, 22 e 23 de novembro, onde foram constatadas grandes concentrações de alumínio e ferro, por exemplo, mas, que são tratáveis. Até o momento 1.750 peixes foram encontrados mortos ao longo do Rio Doce.
 
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Rodrigo Paneto, a suspensão do uso da água do Rio Doce é por precaução até que estudos mais conclusivos determinem o retorno das atividades que foram proibidas. Paneto reforçou que placas de orientação foram instaladas nos balneários de Regência e Povoação, além do Cais do Porto, com o alerta de proibição do contato com a água do mar. Em Linhares, foram construídas espécies de barreiras para evitar que a água do rio chegue às lagoas Juparanã e Nova.
 
Barreira Rio Pequeno está intacta, diz secretário
 
O secretário garantiu que a barreira do Rio pequeno continua intacta e até que uma segunda barreira seja construída no local não há riscos para que a água do Doce atinja o manancial. A água de coloração barrenta que chega às torneiras da população, de acordo com Paneto, é em decorrência das chuvas que incidiram no município. "Com a chuva e o assoreamento do Rio São José, o barro desceu e a água chega mais escura para o morador”, esclareceu.
 
O segundo ponto de captação construído pela Prefeitura de Linhares no Rio Doce não será acionado. E um terceiro ponto já está em fase de estudo para ser construído tendo como ponto de captação a Lagoa Nova. "Os estudos já foram solicitados à Samarco e os topógrafos da Prefeitura já estão em campo”, destacou o secretário.
 
Regência terá mais 3 poços
 
Os moradores de Regência contarão com mais três poços artesianos que serão construídos pela mineradora Samarco. Anteriormente, com a salinização, a vila estava sendo abastecida por um poço do Saae e outro de uma empresa privada da região. A empresa também abastece o balneário com 10 carros-pipa por dia.
 
A programação de verão das praias de Regência e Povoação já foi montada e está sendo estudada pela Prefeitura em decorrência da crise financeira. Sobre os impactos da lama de rejeitos na atividade turística dos balneários, o secretário de Comunicação, Wélio Pompermayer, disse que um estudo financeiro sobre estes impactos nas cadeias turística, social e econômica, será apresentado à Samarco por orientação do Ministério Público.
 
Pompermayer destacou a possibilidade dos moradores das regiões impactadas diretamente pela lama de poderem usar o FGTS num aceno da Presidente Dilma Rousseff. De acordo com ele, a secretaria municipal de Assistência Social já está avaliando a situação das famílias ribeirinhas e que dependem da pesca para sobreviver.
 
Agricultura
 
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Mauro Rossoni Júnior, os setores impactados diretamente com a proibição de irrigação com água do Rio Doce serão as produções de banana e cacau; e na pecuária, a criação de gado de corte e produção de leite, e na aquicultura, a pesca que deverá impactar diretamente 770 famílias.
 
Na produção de banana, por exemplo, o Rio Doce é fonte primária para irrigação de cerca de 300 hectares de lavoura. Na de cacau, além da irrigação, a produção usa as ilhas ao longo do leito como solo para plantação.

 

 

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