Com o objetivo de incentivar a melhoria contínua da cultura neste segmento, visando agregar valor e atender à crescente demanda por produtos diferenciados, o primeiro concurso de “Melhor Tomate de Mesa do Brasil” aconteceu em Piracicaba (SP), nos dias 15 e 16 de setembro. Um produtor do Espírito Santo ficou em posição de destaque.
Ao todo, foram seis meses de preparação de todos os detalhes, com a participação de 36 produtores, inscritos nas três categorias: Uva, Italiano e Redondo, totalizando 330 quilos de tomates recebidos pela comissão organizadora.
Foram apresentadas nove variedades de tomates do tipo Uva, nove variedades de tomates do segmento Italiano e seis variedades de tomates tipo Redondo, dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.
O concurso contou com uma equipe de 20 pessoas na recepção, codificação, preparo das amostras e análises. Durante as etapas previstas foram analisadas características físicas, químicas e sensoriais dos tomates. A banca avaliadora contou com a participação de 11 voluntários.
Os três melhores de cada categoria foram eleitos de acordo com os parâmetros das melhores notas de Qualidade Total, avaliadas no painel sensorial, e os resultados de Ratio (Brix/Acidez).
O melhor tomate do ES
Entre os três melhores classificados de duas categorias (Italiano e Redondo), o tomate produzido pelo produtor Antônio Geraldo Gobbi, cooperado da Coopeavi, foi classificado como o segundo melhor. “Entre os vencedores, só o tomate do Gobbi é cultivado em área aberta, os demais são produzidos em cultivo protegido”, disse o agrônomo da cooperativa Bruno Silva Andrade. “Fazer o controle na área aberta é muito mais difícil, por isso, que o prêmio dele é tão importante”, complementa.
O agricultor planta aproximadamente 2 milhões de pés de tomate e colhe cerca de 700 mil caixas (20 kg cada) por ano, na região de Afonso Cláudio. Já o entreposto de classificação dos tomates fica no município vizinho de Venda Nova do Imigrante, em Caxixe Frio. “Este é um projeto de 10 anos trabalhando com melhorias contínua e fomos coroados com esse prêmio nacional”, afirma Gobbi.
Ele começou a produzir em pequena escala. "Comecei com mil pés de tomate". Mas ampliou sua produção durante os anos e hoje oferece emprego para cerca de 300 pessoas, que mudou a realidade dos trabalhadores rurais da região de Alto Guandu.
"Imagina se ele for embora um dia! Trabalho há longo tempo com ele com carteira assinada, como a maioria dos moradores de Alto Guandu. Ter uma carteira assinada e boas condições de trabalho na roça, hoje é coisa rara", comentou Gilson Vieira, 37 anos, que trabalha com produtor Gobbi, há 5 anos.
O trabalho de aprimoramento da qualidade partiu de uma valorização dos trabalhadores. Com uma visão empresarial, o produtor enxergou que sua propriedade era um negócio e precisava de gestão para melhorar o produto final. Passados dez anos, na equipe dele há profissionais como agrônomo (Coopeavi), técnico de segurança do trabalho, contador (terceirizado), operador de empilhadeira, entre outros. Junto com o investimento na gestão, em parceria com a Coopeavi, os trabalhadores são qualificados periodicamente, desde 2011, sobre temas como uso de defensivos agrícolas, uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), manejo, boas práticas agrícolas, segurança do trabalho, entre outros.
A produção de tomate não cessa. Com um gerenciamento de plantio profissional, há produtos no ponto de colheita em todos os períodos do ano. "Sou agraciado por Deus, dentro do mesmo município cultivo em três climas diferentes, em uma distância de 11 quilômetros", afirma Gobbi.
A produção de tomate atende os mercados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "O mercado que melhor paga é o de São Paulo, mas em contrapartida, para atender a demanda deles é necessário entregar um produto com alto padrão de qualidade", disse.
Hoje com o melhor tomate do Espírito Santo, no quesito qualidade, os planos de futuro são continuar avançando na qualidade. "O próximo passo e fazer a rastreabilidade, que já é uma exigência do mercado”, projeta os próximos passos.
Domicio Faustino Souza