
Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe subiram forte por toda a semana. Encerraram a sexta-feira (22) com altas expressivas, fechando a terceira semana consecutiva de ganhos acentuados em Nova Iorque e Londres. Nessas três semanas, os contratos de arábica com vencimento em dezembro próximo em Nova Iorque somaram alta de 36,3% e os de robusta em Londres acumularam ganhos de 42,7%.
As cotações sobem à medida que os operadores se conscientizam de que a quebra na atual safra brasileira de arábica 2025 foi maior que a estimada inicialmente pelo mercado e assim o aperto entre produção e consumo global vai continuar.
Já está claro que o padrão climático continua imprevisível no Brasil, com secas, chuvas irregulares e fortes frentes frias produzindo geadas e queda de granizo em cafezais das principais regiões produtoras de café do Brasil, afastando a possibilidade de uma safra recorde de café no Brasil em 2026. Acrescente-se a esse cenário os estoques de café em níveis historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores e a desorganização no comércio internacional de café com o tarifaço dos EUA sobre os cafés do Brasil, maior produtor do mundo e maior fornecedor para o mercado americano.
Lideranças e operadores de mercado, no Brasil e nos EUA, continuam trabalhando para convencer o presidente Trump a isentar do tarifaço o café, produto não cultivado pelos americanos.
Na semana o setor de café pediu formalmente ao governo dos Estados Unidos que o café seja incluído na lista de exceções à tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, com o alerta de que o cenário atual pode comprometer marcas tradicionais americanas. Em carta enviada ao USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), que abriu uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio americana, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil traça um panorama do setor, lembrando que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e que, na relação comercial entre os dois países, ambos são indispensáveis um ao outro.
Na sexta-feira, os contratos de arábica com vencimento em dezembro próximo na ICE Futures US oscilaram 1.825 pontos entre a máxima e a mínima, batendo em US$ 3,8045 na máxima do dia, em alta de 1.545 pontos. Fecharam valendo US$ 3,7830 por libra peso, em alta de 1.330 pontos. Na quinta subiram 1.155 pontos e anteontem 440 pontos. Na terça-feira ganharam 1.300 pontos e na segunda tiveram alta de 185 pontos. Somaram alta nesta semana de 4.410 pontos (13,2%) e de 3.175 pontos na semana passada. Subiram 2.490 pontos na semana anterior à passada, somando alta nestas três semanas de 10.075 pontos ou 36,3%. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 22, estes contratos para dezembro próximo somam alta de 8.895 pontos ou 30,7%.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para novembro próximo bateram, na máxima do dia, em 4.655 dólares por tonelada, em alta de 135 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.650 dólares, em alta de 130 dólares. Ontem subiram 119 dólares e anteontem 133 dólares. Na terça-feira tiveram alta de 248 dólares e na segunda-feira caíram 47 dólares. Somaram alta nesta semana de 583 dólares (14,3%) e de 557 dólares na semana passada. Na semana anterior à passada esses contratos subiram 251 dólares. Nas últimas três semanas, somaram alta de 1.391 dólares ou 42,7%.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US, em Nova Iorque, caíram hoje 223 sacas. Estão em 729.606 sacas. Há um ano eram de 838.167 sacas, caindo nesse período 108.561 sacas. Somaram queda nesta semana de 2.133 sacas e de 6.355 sacas na semana passada. Caíram 23.359 sacas na semana anterior à passada. No mês de julho recuaram 70.552 sacas e no mês de junho caíram 47.217 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 22, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 250.361 sacas.
Até dia 21, os embarques de agosto estavam em 1.254.813 sacas de café arábica, 299.686 sacas de café conilon, mais 146.352 sacas de café solúvel, totalizando 1.700.851 sacas embarcadas, contra 1.950.980 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 21, os pedidos de emissão de certificado de origem para embarque em agosto totalizavam 1.837.152 sacas, contra 2.281.564 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Boletim Escritório Carvalhaes