
A Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu na sexta (08), em Jaguaré (ES), para discutir os principais desafios e oportunidades da cafeicultura brasileira.
O presidente da Comissão, Fabrício Andrade, ressaltou o trabalho estratégico que vem sendo realizado. “Estamos atuando de forma coordenada para continuar avançando com rapidez e estratégia. Nosso objetivo é ampliar a participação de mercado e agregar mais valor aos produtos da cafeicultura brasileira”, afirmou.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Espírito Santo (Faes), Júlio da Silva Rocha, participou presencialmente da reunião.
O segundo vice-presidente da Comissão, Ademar Pereira, destacou a atuação da CNA na derrubada de impeditivos que dificultavam o acesso dos produtores enquadrados no Pronaf e Pronamp ao Funcafé.
“A queda das restrições de acesso ao Pronaf foi uma grande conquista. A CNA comprou essa briga e trabalhou para que todos entendessem que falávamos a mesma língua. A partir de 2025, produtores que acessam o Pronaf ou o Pronampe também poderão acessar o Funcafé. Tenho orgulho dessa pauta bem-sucedida, iniciada ainda no começo do ano”, disse.
Funcafé
Os integrantes da reunião também abordaram as taxas de juros do Funcafé para o Plano Safra 2025/2026. Segundo a coordenadora de Produção Agrícola da CNA, Ana Lígia Lenat, a demanda ainda está em negociação. “Estamos pleiteando a redução das taxas de juros do Funcafé. Nosso objetivo é que no próximo Plano Safra possamos igualar os juros e garantir mais competitividade para os pequenos produtores”, explicou.
A modernização da linha de Recuperação de Cafezais Danificados, que opera com recursos do Funcafé, também foi pauta da reunião. De acordo com a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, essa linha funciona como apoio emergencial para casos de sinistro, quando a planta morre ou deixa de ser viável para produção.
O reposicionamento da marca “Cafés do Brasil” foi outro destaque. “Estamos participando ativamente dessas discussões. Na próxima reunião, teremos praticamente a versão final do projeto. Essa mudança é essencial para a comunicação e engajamento dos consumidores”, adiantou Raquel.
Ela também alertou para a necessidade de atualização do Parque Cafeeiro e melhoria das estatísticas da cafeicultura nacional.
Tarifaço
A aplicação da tarifa de 50% pelos Estados Unidos ao café brasileiro foi apontada como um dos pontos mais críticos. Segundo Raquel, a medida já provoca cancelamentos e adiamentos de compras, principalmente no segmento de cafés especiais. “Mesmo que essas tarifas sejam zeradas, porque existe essa aposta, pode ser que o café entre na lista de exceção, mas ainda não é este o cenário. Seja quanto tempo isso se prolongar, já está trazendo impactos para cooperativas e para produtores que realizam exportação direta. É um cenário preocupante e, quanto mais se prolongar, maior será o impacto”, afirmou.
A tarifa aumenta a incerteza comercial, afeta contratos de longo prazo, exige readequação de rotas e negociações, e eleva o risco de perda de mercado para outros fornecedores internacionais, reforçando a urgência da diversificação de destinos das exportações brasileiras.
Para encerrar o encontro, o vice-presidente da Comissão, Tiago Orletti, apresentou as ações realizadas junto à Plataforma Global do Café e compartilhou a experiência na Assembleia de Membros.
Assessoria de Comunicação CNA